Publicado em 21/04/2025 às 16h40.

Facções usam quase mil postos de combustíveis para lavar dinheiro no Brasil

Segundo as autoridades, redes criminosas operam de forma interligada em diferentes regiões do país, inclusive na Bahia

Redação
Foto: José Cruz/Agência Brasil

 

Uma força-tarefa coordenada por órgãos federais e estaduais identificou a atuação do crime organizado em 941 postos de combustíveis distribuídos por ao menos 22 estados brasileiros. Facções como o Primeiro Comando da Capital (PCC), Comando Vermelho, Família do Norte e grupos milicianos estariam infiltrados no setor, usando os estabelecimentos para lavagem de dinheiro, fraudes fiscais e adulteração de combustíveis.

Segundo o levantamento, São Paulo e Goiás lideram em número de postos sob suspeita, com 290 e 163 casos, respectivamente. Em seguida aparecem Rio de Janeiro (146), Bahia (103) e Rio Grande do Norte (88). As investigações mostram que, em muitos casos, as redes criminosas operam de forma interligada em diferentes regiões do país.

A apuração é fruto do trabalho de um núcleo estratégico do Ministério da Justiça, que reúne Polícia Federal, Receita Federal, Coaf e Ministério de Minas e Energia. Em operações anteriores, como a “Rei do Crime”, a PF já havia revelado um esquema de movimentação de R$ 30 bilhões em apenas quatro anos, controlado por facções.

O setor de combustíveis, altamente lucrativo e com grande fluxo de dinheiro em espécie, tornou-se atrativo para grupos criminosos. Estudo do Fórum Brasileiro de Segurança Pública revelou que o crime organizado fatura mais com fraudes em combustíveis do que com o tráfico de cocaína: R$ 61,5 bilhões contra R$ 15 bilhões anuais. As perdas fiscais com sonegação e irregularidades no setor podem chegar a R$ 23 bilhões por ano.

Empresários e entidades como o Instituto Combustível Legal pressionam por medidas legislativas mais rigorosas para combater fraudes e impedir o uso criminoso da cadeia de distribuição de combustíveis.

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