Publicado em 23/04/2025 às 11h54.

Alcolumbre deve influenciar nova indicação para as Comunicações

Após recusa de Pedro Lucas, União Brasil pode ceder espaço a nome aliado do presidente do Senado

Redação
Foto: Roque de Sá/Agência Senado

Desde a desistência do deputado Pedro Lucas (União Brasil) em assumir o Ministério das Comunicações, cresce a percepção de que o próximo nome indicado pelo União Brasil será da cota pessoal do presidente do Congresso Nacional, Davi Alcolumbre (União Brasil).

A avaliação predominante no momento é de que não há, dentro da bancada do União na Câmara dos Deputados, um movimento significativo em direção à ocupação do ministério, o que abre caminho para uma nova indicação alinhada diretamente com Alcolumbre — em um cenário semelhante ao que levou o ex-governador do Amapá, Waldez Góes, ao comando do Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional. Góes, embora filiado ao PDT, foi indicado por Alcolumbre e nunca chegou a integrar o União Brasil.

Pedro Lucas recusou oficialmente o convite na noite de terça-feira (22), em nota pública endereçada ao presidente Lula. “Com espírito de responsabilidade e profundo respeito pela democracia brasileira, venho a público agradecer ao presidente Lula pelo honroso convite. A confiança depositada em meu nome me tocou de maneira especial e jamais será esquecida”, escreveu o parlamentar.

A recusa foi motivada, em parte, pelo receio de uma crise interna no União Brasil. Sua escolha como líder da bancada na Câmara foi resultado de longas negociações, e sua saída abriria espaço para disputas internas. A possibilidade de nomear outro líder causaria instabilidade dentro da sigla.

Apesar do desgaste causado pela situação, a recusa de Pedro Lucas não representa uma ruptura do União Brasil com o governo Lula. Embora uma ala do partido defenda o afastamento do Planalto, esse movimento ainda não é majoritário.

No entanto, a falta de consenso e a dificuldade em preencher o ministério acentuaram o desconforto. O governo chegou a anunciar o nome de Pedro Lucas como ministro, mas a necessidade de reorganizar a liderança na Câmara gerou atrasos e impasses.

No Congresso, cresce a percepção de que ocupar um ministério já não tem o mesmo apelo de antes. Com o aumento contínuo das emendas parlamentares, muitos parlamentares consideram que têm mais poder de influência — e acesso a recursos — por meio do mandato do que à frente de uma pasta cujo orçamento é controlado e mais limitado.

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