Publicado em 06/05/2025 às 10h43.

Daniela Mercury critica leilão de áreas verdes em Salvador e cobra posição da prefeitura

Artista pediu que o processo seja interrompido e cobrou maior debate com a sociedade sobre a venda de terrenos públicos com cobertura vegetal

André Souza
Foto: Reprodução/Redes Sociais

 

A cantora Daniela Mercury criticou publicamente a política de leilão de áreas verdes promovida pela Prefeitura de Salvador, sob a gestão do prefeito Bruno Reis (União Progressistas). Em vídeo publicado nas redes sociais na segunda-feira (5), a artista pediu que o processo seja interrompido e cobrou maior debate com a sociedade sobre a venda de terrenos públicos com cobertura vegetal.

“Você sabia que Salvador é a cidade brasileira com menos árvores? […] Vender áreas de proteção ambiental em plena crise climática… Salvador já está sofrendo com temperaturas muito altas. A gente não pode perder a pouca vegetação que tem”, afirmou. A artista também apelou a vereadores e autoridades para que suspendam os leilões e alertou para o risco de descaracterização da paisagem da capital baiana.

A manifestação se soma a protestos recentes contra a alienação de áreas públicas na cidade. No mês passado, a cantora Anitta também se posicionou contra os leilões de terrenos com vegetação nativa. Em vídeo divulgado pelo Movimento Salvador Verde, a artista defendeu que “erguer mais prédios não é a melhor escolha para a população” e pediu que o processo atenda a critérios ambientais e legais.

As críticas ganham força após o fracasso da segunda tentativa de leilão de um terreno em Pituaçu. O prefeito Bruno Reis lamentou o insucesso da operação e afirmou que a gestão buscará uma reavaliação do mercado para atrair interessados em construir um oceanário no local.

A política de venda de áreas públicas está prevista na lei municipal nº 9.775 de 2023, que autoriza a alienação de até 40 terrenos, com o objetivo de ampliar a arrecadação do IPTU e financiar obras na cidade. A medida, no entanto, é alvo de questionamentos por parte da população, de parlamentares da oposição e do Conselho de Arquitetura e Urbanismo da Bahia (CAU-BA).

No mês passado a Justiça Federal suspendeu o leilão de uma área no Morro do Ipiranga, após pedido do CAU-BA. A entidade apontou riscos ambientais na operação e argumentou que a alienação fere princípios de preservação urbana.

Na Câmara de Vereadores, a líder da oposição, Aladilce Souza (PCdoB), tem feito críticas à medida e participou de manifestações contrárias à venda dos terrenos. Grupos ambientalistas cobram mais transparência e participação popular no processo de definição sobre o destino das áreas públicas.

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