Jerônimo e Fieb pedem apoio a Alckmin para retirar produtos baianos do tarifaço
Setores baianos pressionam por retirada de produtos da nova lista de taxação americana; impacto podeatingir R$ 1,3 bi na economia estadual

O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), e o presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), Carlos Henrique Passos, se reuniram nesta segunda-feira (4) com o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), que participou de forma remota, para discutir estratégias diante da nova política tarifária dos Estados Unidos.
A reunião, realizada na sede da FIEB, contou com representantes do setor produtivo e teve como principal pauta a tentativa de retirar produtos baianos da lista de taxação adicional de 50% imposta pelos EUA. A medida, oficializada na semana passada pelo presidente americano Donald Trump, atinge quase 400 produtos brasileiros, sendo 332 deles exportados pela Bahia.
Entre os produtos mais impactados estão celulose, derivados de cacau e pneus. Só no primeiro semestre de 2025, o estado exportou mais de US$ 45 milhões em manteiga, gordura e óleo de cacau para os Estados Unidos, segundo dados da FIEB. As exportações baianas ao mercado norte-americano representam 8,3% do total comercializado pelo estado ao exterior.
Durante o encontro, foram apresentadas a Alckmin propostas de mitigação dos impactos, incluindo pleitos por linhas de crédito diferenciadas, devolução de créditos de ICMS e, principalmente, negociações diplomáticas para exclusão de mais produtos da lista americana.
“O vice-presidente nos informou que o governo federal ainda trabalha pela retirada de outros itens da tarifa. Vamos insistir para que os produtos baianos entrem nessa exceção”, disse Jerônimo Rodrigues.
Alckmin afirmou que o governo está empenhado em buscar soluções em conjunto com o setor produtivo. “Nos próximos dias, o presidente Lula deve anunciar medidas de apoio à produção, ao emprego e às empresas atingidas pela sobretaxa”, afirmou.
Estudo da FIEB aponta que a medida pode gerar perda de até R$ 1,3 bilhão na economia estadual, o equivalente a 0,27% do PIB da Bahia. O impacto pode afetar diretamente polos industriais em cidades como Camaçari, Feira de Santana, Ilhéus, Vitória da Conquista e Jequié, onde cerca de 211 mil trabalhadores estão empregados em setores vulneráveis à nova tarifa.
Essa foi a segunda reunião entre o governo estadual e a federação desde a criação de um grupo de trabalho conjunto, em julho. O presidente da FIEB defendeu a continuidade da articulação. “Precisamos de uma agenda permanente para enfrentar esta e outras barreiras comerciais. A Bahia não pode arcar sozinha com os efeitos de uma medida que compromete emprego e renda”, disse Carlos Henrique Passos.
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