Publicado em 23/09/2025 às 10h12.

Lula ‘vem com força’ para 2026 e direita está desorganizada, avalia Motta

Para o parlamentar, o amplo rol de opções presidenciáveis da oposição é um reflexo desta desorganização

Redação
Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

 

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou acreditar que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) “vem com força” para a disputa pela reeleição no pleito de 2026, enquanto a direita, por outro lado, estaria mais “desorganizada” devido as diversas opções de presidenciáveis em vista da inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), principal nome da oposição.

“Analisando de forma muito imparcial, você tem a esquerda aglutinada e unida em torno da possível reeleição do presidente Lula. Acho que a esquerda está organizada nesse sentido, e o presidente está tentando tracionar essa discussão internacional, que na minha avaliação, ajudou o presidente, no ponto de vista da soberania”, avaliou Motta, em sua fala durante a conferência Macro Day, realizada pelo banco BTG Pactual, na segunda-feira (22), em São Paulo.

O parlamentar ainda pontuou que o governo Lula “reposicionou o discurso”. “Do ponto de vista da comunicação, a esquerda cresceu. Então, o presidente vem para a reeleição com força”, avaliou. As informações são do portal InfoMoney.

Motta seguiu pontuando que as sanções impostas pelos Estados Unidos em retaliação ao processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e, posteriormente, a condenação do próprio ex-presidente levaram o governo federal a adotar um posicionamento de defesa da soberania que refletiu em uma melhora de popularidade. O slogan do governo passou de “União e Reconstrução” para “Do lado do povo brasileiro”.

Pesquisas apontaram uma boa avaliação do governo Lula diante da crise causada por fatores como o tarifaço de 50% imposto pelos EUA a produtos brasileiros, a cassação de vistos de autoridades e a aplicação da Lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Ao falar sobre a direita, Motta afirmou acreditar que a opinião de Bolsonaro ainda terá relevância no cenário eleitoral de 2026, mesmo com sua inelegibilidade e eventual prisão. “A direita está um pouco mais desorganizada, na minha avaliação. Porque, primeiro, não se sabe o que o presidente Bolsonaro irá fazer, quem ele vai apoiar”, disse.

Ainda no argumento sobre a “desorganização” da direita, Motta exemplificou a pulverização de possíveis nomes para a disputa presidencial do próximo ano, citando os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos); do Paraná, Ratinho Júnior (PSD); e de Goiás, Ronaldo Caiado (União). “Você tem várias opções”, disse, acrescentando que seu palpite é de que as eleições de 2026 serão polarizadas como as de 2022. “O Brasil segue dividido”, avaliou.

No entanto, Motta pontuou que, tanto a esquerda, quanto a direita, possuem uma dificuldade em comum: a de se comunicar com o eleitor que não se identifica com nenhum dos dois espectros políticos. “Vejo que tem uma fadiga dessa dicotomia. Então, vai levar esse eleitor quem tiver mais habilidade e mais condição de garantir entregas”, disse.

Questionado sobre seu próprio posicionamento para as eleições presidenciais de 2026, Motta disse que aguarda o posicionamento do Republicanos. Essa também é a sigla de Tarcísio, cotado como possível sucessor de Bolsonaro no campo da direita.

“Eu sou um homem de partido. Eu sou do Republicanos, eu tenho no presidente Marcos Pereira um líder político. Eu tenho que aguardar o posicionamento do meu partido”, afirmou o presidente da Câmara.

Motta também disse que, devido à sua função, “é melhor para o País” que ele não expresse suas preferências para 2026: “Se eu externo hoje a minha posição política, ela acaba atrapalhando o meu dia a partir do minuto seguinte.”

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