Publicado em 04/11/2025 às 17h47.

Enfermeira instala câmeras e flagra abuso sexual contra mãe idosa na Bahia

Apesar das provas, a Justiça negou a prisão do suspeito

Otávio Queiroz
Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

 

Um caso de abuso sexual contra uma idosa acamada chocou os moradores de Pindobaçu, no norte da Bahia. A vítima, portadora de uma doença neurodegenerativa que afeta a fala e os movimentos, foi violentada dentro de casa por um homem considerado amigo da família. O crime foi descoberto após a filha da vítima, uma enfermeira, instalar câmeras de segurança no imóvel e flagrar o suspeito durante os abusos.

De acordo com o relato de Aizia Salvador, filha da vítima, o homem aproveitava a condição de vulnerabilidade da idosa e a deficiência visual do marido dela para cometer os atos. Nas gravações, o suspeito aparece manipulando a fralda e as partes íntimas da vítima. O caso veio à tona em setembro deste ano, mas, segundo a enfermeira, os abusos já ocorriam há algum tempo.

Mesmo após a entrega das provas e a solicitação de prisão preventiva feita pela Polícia Civil e com parecer favorável do Ministério Público, o pedido foi negado pela Justiça, o que provocou indignação da família e grande repercussão nas redes sociais.

Sem resposta das autoridades, a filha decidiu tornar o caso público para cobrar justiça e alertar outras famílias sobre a importância de denunciar situações semelhantes. “Eu não falaria isso aqui se eu não tivesse vídeos, se eu não tivesse provas. Graças a Deus eu tinha uma câmera lá em casa. Nunca imaginei que alguém fosse capaz de fazer isso com minha mãe. Me sinto impotente de não ter conseguido protegê-la”, desabafou a enfermeira.

A vítima sofre de degeneração córtico-basal, uma doença rara e progressiva que causa rigidez muscular, perda de mobilidade e limitações na fala. Segundo a filha, a mãe “entende tudo, mas não consegue se comunicar ou se defender”.

O caso tem causado comoção e revolta em Pindobaçu. A família pede que o caso seja reavaliado e que a Justiça adote as medidas necessárias para punir o autor. “Estou sendo a voz da minha mãe e de tantas outras mulheres que não podem se defender. Que esse caso sirva de alerta e incentivo para que ninguém silencie diante de uma violência”, concluiu a filha.

Otávio Queiroz
Soteropolitano com 7 anos de experiência em comunicação e mídias digitais, incluindo rádio, revistas, sites e assessoria de imprensa. Aqui, eu falo sobre Cidades e Cotidiano.

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