Publicado em 01/12/2025 às 08h31.

PF liga e-mail usado por associações baianas de servidores a ex-sócio do Master 

Asteba e Asseba, do empresário Augusto Lima, teriam gerado carteiras de crédito falsas 

Raquel Franco
Foto: GOVBA

 

De acordo com a Polícia Federal (PF), as associações de servidores baianos que deram origem às supostas carteiras falsas de crédito consignado que teriam sido geradas na Bahia e repassadas pelo Banco Master ao BRB (Banco de Brasília) informaram à Receita Federal o telefone e o e-mail do grupo empresarial do baiano Augusto Lima, ex-sócio de Daniel Vorcaro no Banco Master.

Segundo informações da coluna do Fábio Zanini na Folha de S. Paulo, o e-mail “contabilidade@grupoterrafirme.com.br” foi um dos fatores utilizados pela PF para sustentar a suspeita de que Lima estaria por trás das duas associações da Bahia envolvidas no esquema bilionário de crédito.

A representação da PF aponta: “As associações Asteba e Asseba informaram à Receita Federal, como e-mail de contato, o endereço eletrônico ‘contabilidade@grupoterrafirme.com.br’, que é o mesmo endereço de correio eletrônico da empresa Terra Firme da Bahia Ltda […], de propriedade exclusiva de Augusto Lima. A Asseba e a Terra Firme ainda compartilham o mesmo telefone de contato, perante a Receita Federal”.

As entidades em questão são a Associação dos Servidores Técnico-Administrativos e Afins do Estado da Bahia (Asteba) e a Associação dos Servidores da Saúde e Afins da Administração Direta do Estado da Bahia (Asseba), que foram alvo de busca e apreensão na Operação Complience Zero, que levou à prisão temporária de Lima e Vorcaro em 18 de novembro.

O Ministério Público Federal (MPF) identificou que os descontos realizados nos contracheques estaduais por estas associações são referentes a mensalidades e serviços associativos de baixo valor. Esses valores, segundo o MPF, jamais poderiam ter gerado os R$ 6,7 bilhões em carteiras de empréstimos consignados, além de R$ 5,5 bilhões em prêmios.

Instituto com o mesmo nome

A empresa Terra Firme de Lima também batiza o Instituto Terra Firme, presidido por sua esposa, a ex-deputada federal e ex-ministra Flávia Peres. O instituto, no entanto, alega que o objeto social e as ações do grupo empresarial e da ONG são totalmente diferentes.

A defesa de Lima afirmou que a apuração demonstrará a “absoluta inexistência de vínculo” entre o empresário e as operações investigadas. Os advogados acrescentam que Lima já havia se desligado do Master, possui histórico ilibado e sempre agiu com legalidade e transparência.

Raquel Franco
Natural de Brasília, formou-se em produção em comunicação e cultura e em jornalismo pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Também é fotógrafa formada pelo Labfoto. Foi trainee de jornalismo ambiental na Folha de S.Paulo.

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