Publicado em 01/12/2025 às 15h40.

Prefeitura registra casos de vandalismo contra mudas na cidade

Ação compromete arborização e prejudica bem-estar

João Lucas Dantas
Fotos: Divulgação

 

As equipes técnicas de arborização da Prefeitura de Salvador têm registrado o aumento dos casos de mudas quebradas por ação humana, tutores retirados e até mesmo de furto de exemplares que foram plantados recentemente pela gestão municipal visando ampliar a cobertura verde da cidade.

A alta na quantidade de episódios de vandalismo contra as mudas acende um alerta, pois causa prejuízos diretos ao patrimônio público natural, ao meio ambiente e ao bem-estar da população.

Segundo o titular da Secretaria de Sustentabilidade, Resiliência, Bem-Estar e Proteção Animal (Secis), Ivan Euler, os casos de vandalismo reduzem significativamente o sucesso do programa de arborização urbana e afeta diretamente os benefícios ambientais esperados.

“Nossas equipes têm encontrado mudas quebradas, tutores furtados e, em alguns casos, até o roubo das próprias árvores recém-plantadas. Esses atos, ainda que muitas vezes cometidos por desconhecimento, prejudicam e às vezes impedem o desenvolvimento das árvores e atrasam os benefícios coletivos de uma cidade mais verde”, afirmou.

A situação é especialmente crítica em determinados pontos da cidade, como a Avenida Vasco da Gama e a região da Avenida ACM, onde os tutores (varas de madeira que sustentam as mudas em crescimento) chegam a ser retirados poucos dias após reposição, situação já registrada pelo menos três vezes apenas no corredor do BRT.

Sem o tutor, como explica a equipe técnica da Secis, a muda perde estabilidade, balança excessivamente com o vento e pode tombar. Esse movimento força as raízes, expõe o colo da planta ao sol, causa desidratação e compromete o crescimento.

“Quando a ponta da muda, o ‘olho’ ou gema apical, é arrancada, ela simplesmente deixa de crescer e pode morrer. Isso nos obriga a refazer o plantio, gerando custos, retrabalho e atraso na arborização dos espaços públicos”, reforça Euler.

Além de ilegais, esses atos trazem prejuízos ambientais e sociais. A destruição de cada muda significa menos sombra e menor conforto térmico, maior formação de ilhas de calor, menor qualidade do ar, redução da biodiversidade urbana, ruas e praças menos bonitas e acolhedoras.

“Cada muda destruída é um retrocesso coletivo. Cada muda que cresce é um ganho para toda a cidade. Cuidar das mudas é cuidar de Salvador, garantindo um futuro mais fresco, saudável e sustentável para todos”, destaca Ivan Euler.

João Resch, Diretor do Sistema de Áreas de Valor Ambiental e Cultural (Savam), destaca que “o índice de perda está sendo elevado pela falta de sensibilidade de algumas pessoas que não entendem as árvores como um bem para a sociedade em conjunto, a sociedade comum. Então, apesar da maioria da nossa sociedade ter a preocupação com as mudanças climáticas, com o aquecimento global, com o conforto térmico, ainda tem gente que pensa de forma atrasada, um retrocesso. É preciso chamar a atenção para o prejuízo imenso que é a perda da muda e de toda a energia gasta ali, seja da equipe, seja dos insumos, algo que reverbera em toda a sociedade”.

A Secis também lembra que mudas sem tutor ficam vulneráveis a ventos fortes, insolação intensa, pragas, doenças e podem não sobreviver aos primeiros meses, quando ainda estão em fase decisiva de desenvolvimento. A população pode denunciar atos de vandalismo pelo número 156.

Ivan Euler afirma que a Prefeitura seguirá ampliando o programa de arborização, fortalecendo ações de educação ambiental e monitorando áreas críticas, mas reforça que a colaboração da população é essencial: “Precisamos do apoio de cada cidadão e cidadã para que Salvador avance na ampliação de sua cobertura vegetal. Denunciem qualquer tipo de vandalismo. Cada árvore faz diferença”, conclui Euler.

João Lucas Dantas
Jornalista com experiência na área cultural, com passagem pelo Caderno 2+ do jornal A Tarde. Atuou como assessor de imprensa na Viva Comunicação Interativa, produzindo conteúdo para Luiz Caldas e Ilê Aiyê, e também na Secretaria Municipal de Cultura e Turismo de Salvador. Foi repórter no portal Bahia Econômica e, atualmente, cobre Cultura e Cidade no portal bahia.ba. DRT: 7543/BA

Mais notícias

Este site armazena cookies para coletar informações e melhorar sua experiência de navegação. Settings ou consulte nossa política.