Concessionárias pedem R$ 2,5 bi ao governo por revisão de contrato
Anac informou que R$ 1 bilhão já foi negado; empresas alegam necessidade de tornar o negócio mais atraente para a entrada de novos investidores

Enquanto o Palácio do Planalto costura um conjunto de medidas para manter de pé as concessões dos aeroportos leiloados em 2012 e 2013, as concessionárias cobram mais de R$ 2,5 bilhões do governo para reequilibrar seus contratos. Ao mesmo tempo, tentam emplacar algumas mudanças contratuais para adequar o caixa aos compromissos firmados. A ideia é tornar o negócio mais atraente para a entrada de novos investidores, uma saída para reduzir os efeitos da frustração de demanda e escassez de crédito.
Pelos estudos apresentados pelo governo na época dos leilões de concessão, a curva de demanda prevista está totalmente fora do movimento atual. A expectativa no Aeroporto do Galeão, por exemplo, era movimentar 23 milhões de passageiros no ano passado, mas só conseguiu 16,6 milhões, segundos os dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Em Guarulhos, o número de passageiros ficou em 39 milhões, ante uma previsão de 42 milhões; e em Viracopos, 10 milhões, ante 15 milhões.
O descompasso entre o planejado e o realizado deve ficar mais evidente este ano, já que a movimentação continua recuando. Na média, os aeroportos leiloados no governo passado tiveram queda de 10% no número de passageiros. “É o 13º mês consecutivo de retração na movimentação”, afirma o diretor da Associação Nacional das Empresas Administradoras de Aeroportos (Aneaa), Douglas Rebouças de Almeida.
Na prática, isso significa menos caixa para honrar os compromissos que começam a ficar pesados com desembolsos de outorga (pagamento anual pela concessão) e, em breve, com o início dos pagamentos dos empréstimos tomados. “Hoje, as empresas têm dinheiro para pagar a operação, mas não conseguiriam pagar os financiamentos feitos para tocar as obras”, afirma uma fonte do setor. Por isso, as concessionárias tentam acelerar a análise do processo de reequilíbrio econômico-financeiro na Anac.

Reequilíbrio – Elas alegam impacto nas contas por uma série de despesas extras não previstas no contrato de concessão, como tocar obras e passivos ambientais de responsabilidade do governo. Alguns processos estão em análise na Anac há quase dois anos. “O reequilíbrio dos contratos seria um excelente começo”, afirma Almeida. A Anac informou que dos R$ 2,5 bilhões, R$ 1 bilhão já foi negado.
Pelas regras, a revisão contratual pode ser feita por meio de aumento de tarifa, do prazo de concessão ou reescalonamento da curva de outorga. Uma fonte do governo afirma que o mais provável seria mexer no prazo de concessão, já que aumento de tarifa teria impacto no bolso do consumidor e a mudança nos pagamentos de outorga mexeria nos cofres do governo.
Com a demanda mais fraca e sem dinheiro, as operadoras deixaram de fazer o pagamento da outorga, de cerca de R$ 2,5 bilhões, neste ano. Algumas entraram na Justiça e estão fazendo o depósito em juízo até que uma solução definitiva seja encontrada. Embora já tenham feito investimentos pesados, ainda há obras importantes para serem concluídas.
Segundo a Anac, nas concessões dos Aeroportos de Brasília, Viracopos (Campinas) e Guarulhos, ainda há investimentos que não foram totalmente concluídos, como área de pátio de aeronaves e expansão de terminal de passageiros. Em todos os casos, a agência emitiu auto de infração contra as concessionárias pelo atraso no cronograma.
O caso mais conhecido é o de Viracopos, em Campinas. A concessionária que administra o aeroporto foi multada em quase R$ 100 milhões por descumprir os prazos estabelecidos em contratos, especialmente por causa dos compromissos relacionados à Copa do Mundo de 2014. Nos demais casos, os valores ainda estão em análise.
Além do caixa debilitado por causa da demanda mais fraca, as concessionárias também foram afetadas pela Operação Lava Jato. Com exceção de Confins (MG), os outros aeroportos tinham como sócias empresas envolvidas no escândalo de corrupção, a exemplo de Odebrecht, no Galeão; UTC, em Viracopos; OAS, por meio da Invepar, em Guarulhos; e Engevix, em Brasília; nesse caso, a empresa vendeu sua participação.
Mais notícias
-
Política12h30 de 06/12/2025
Relação com PL na Bahia avança e não muda com Flávio Bolsonaro para presidência, diz Neto
Vice-presidente do União Brasil mantém apoio a Caiado, mas garante que diálogo com o PL "de baixo para cima" segue firme
-
Política10h29 de 06/12/2025
Wagner diz que indicação de Flávio Bolsonaro pode impactar estratégia da oposição baiana
a que setores da oposição baiana preferiam um nome “mais leve de conduzir”, citando o governador de São Paulo
-
Política10h00 de 06/12/2025
Marcelino Galo reage a críticas de Tinoco e acusa vereador de distorcer ações do governo
Parlamentar contestou afirmações do vereador sobre a atuação do governo estadual na saúde, classificando-as como distorcidas
-
Política22h04 de 05/12/2025
Bruno Reis anuncia que Salvador terá 100% da frota de ônibus com ar-condicionado até 2028
Prefeito destacou que prefeitura está destinando R$ 264 milhões para a compra de 330 novos veículos que chegam já nos próximos meses
-
Política21h20 de 05/12/2025
ACM Neto nega migração de aliados e diz que Jerônimo está ‘dando chilique’
Segundo o ex-prefeito, o governo estadual estaria reagindo mal às pressões por entregas e resultados após quase três anos de gestão
-
Política20h26 de 05/12/2025
Bruno Reis volta a defender nome de Caiado para 2026: ‘candidato natural do partido’
Declaração ocorre no mesmo dia em que o senador Flávio Bolsonaro confirmou que será o candidato apoiado pelo pai na disputa pelo Palácio do Planalto
-
Política20h11 de 05/12/2025
Após Bolsonaro lançar Flávio, ACM Neto reforça apoio a Caiado para 2026
O ex-prefeito de Salvador marcou presença no lançamento do "Natal Luz Salvador 2025", no Centro Histórico
-
Política19h17 de 05/12/2025
Tinoco volta a criticar governo por VLT e acusa Jerônimo de pedir retirada de ônibus em Salvador
Para o parlamentar, o momento não é apenas de comemoração, mas de questionamentos sobre transparência do modal
-
Política19h01 de 05/12/2025
João Roma reage à escolha de Flávio Bolsonaro para disputar o Planalto em 2026
Cacique do PL na Bahia se pronunciou nas redes sociais
-
Política18h44 de 05/12/2025
Cacá Leão minimiza escolha de Flávio e cita ‘rodízio’ dos Bolsonaros
Ele também falou sobre a federação PP-União Brasil e a possível ida de Jorge Araújo para Câmara dos Deputados










