Publicado em 12/08/2025 às 06h15.

OPINIÃO: Teoria, prática e verdade na Bahia

Artigo escrito pelo atual presidente estadual do PT, Éden Valadares

Éden Valadares
Foto: Divulgação / PT Bahia

 

A frase “a prática é o critério da verdade” é talvez a mais famosa expressão de uma teoria central do Marxismo: a dialética materialista. A ela atribui-se comumente duas interpretações. Na Ciência Política, a leitura é a de que um conceito teórico só pode ser considerado válido se aplicado na prática, se efetivamente realizado. Para a política geral, a interpretação da frase atribuída ao ‘velho alemão’ serve para definir o papel do sujeito e a relação com sua prática.

Por essa segunda peneira, a que mede a coerência entre o que se diz e o que se faz, o prefeito de Salvador, Bruno Reis, não passa. Isso se verifica, mais especificamente, na sua resposta ao “Tarifaço de Trump”, como ficou conhecida a alta de 50% nas tarifas dos EUA ao Brasil.

Importante salientar os impactos da irrazoável ação do presidente norte-americano na economia baiana. Segundo o MDIC e a SEI/SEPLAN, em 2024, os EUA foram o 4º destino das exportações baianas, com 7,4% das vendas externas, algo em torno de US$ 882,1 milhões. Pelos cálculos dos governos Federal e Estadual, o tarifaço pode atingir 63% da pauta industrial baiana, afetando de forma concentrada celulose, químicos e pneus, prejudicando de modo ainda mais agudo o Vale do São Francisco, importante centro de produção e exportação de frutas, por causa da dificuldade de estocar o produto excedente e não comercializado. Em outras palavras, a Bahia pode perder até 3,3 bilhões de R$ nos próximos 12 meses, colocando em risco quase 65 mil empregos.

Sobre esse assunto, de início, Bruno Reis tentou defender Bolsonaro e transferir a culpa para o presidente Lula, mas logo se ancorou no discurso “enquanto eles politizam o assunto, eu trabalho”. E aqui reside sua incoerência, o divórcio entre o que diz e o que efetivamente realiza. Nenhuma medida foi tomada pelo prefeito para mitigar perdas, preservar empregos ou reduzir ameaças à economia da capital e RMS.

Muito diferente do governador Jerônimo Rodrigues (PT), que optou por falar menos e fazer mais; dar menos entrevistas e dialogar com setores empresariais atingidos; em vez de buscar culpados, trabalha e busca soluções. O Governo da Bahia, junto à FIEB e representações do setor produtivo, trabalha intensamente para reduzir as consequências do tarifaço sobre a economia e a população baianas.

Enquanto o prefeito se prende a discursos, teorias e abstrações, o governador traz à mesa possibilidades de medidas concretas, como linhas de crédito emergenciais, diversificação comercial, busca de novos mercados e redução do custo de insumos importados para manter competitividade. Integrado ao presidente Lula na defesa da nossa soberania enquanto povo, país e nação, Jerônimo trabalha combinando defesa diplomática com ações urgentes. Essa é a prática. Eis a verdade.

As opiniões contidas neste artigo não necessariamente refletem o posicionamento do portal bahia.ba, sendo de total responsabilidade do autor

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