Publicado em 26/06/2023 às 12h38.

2 de Julho: professora desenvolve jogo que leva personagens da Independência para as escolas

Baiana Josenilda Pinto Mesquita desenvolveu o projeto entre 2014 e 2018 com objetivo de fortalecer a História da Independência nas escolas de Educação Básica

Redação
Imagem: divulgação

 

Jovens e crianças estão cada vez mais habituados com o mundo dos jogos que abrem espaço para o imaginário, que dão a eles o protagonismo de comandar botões e telas, nos casos dos recursos de vídeo game ou outros dispositivos móveis, on-line, ou comandando pinos, peões, a partir das jogadas dos dados, nos casos dos jogos de tabuleiro.

O RPG, sigla em inglês que pode ser traduzida como “Jogo de Interpretação de Papéis” ou “Jogo de Interpretação de Personagens”, é um dos formatos de jogos que têm se tornado cada mais comuns como recursos educacionais, com a finalidade de promover uma verdadeira imersão do estudante no universo da História, por exemplo.

Motivada pela oportunidade de levar conhecimento de forma lúdica para as salas de aula da Educação Básica, a professora Josenilda Pinto Mesquita, então pesquisadora da Uneb (Universidade do Estado da Bahia), desenvolveu, entre 2014 e 2018, um estudo que culminou na criação de um RPG sobre a Independência do Brasil, a partir das lutas pela Independência na Bahia.

Além de historiadora, Josy Mesquita, como prefere ser chamada, é doutora em Educação e pesquisadora sobre História da Bahia, Ensino e tecnologias digitais. Tratando sobre a ideia a respeito do RPG, a professora afirma que “na época da criação do jogo, pouco falávamos sobre a história da Bahia, em especial o 2 de Julho. Hoje, com as comemorações do Bicentenário, identifico algumas escolas que estão desenvolvendo projetos voltados à temática, mas a proposta inicial foi fortalecer a História da Independência nas escolas, buscando valorizar a nossa história, seus personagens, mas também fortalecer a identidade destes jovens baianos que estão na escola, conhecendo a história de outros lugares e não reconhecem a sua própria”.

Levando em conta que a Bahia é um estado com proporções continentais e nem todo estudante da capital, por exemplo, tem a oportunidade de conhecer as localidades onde ocorreram as batalhas da Independência, o jogo cumpre seu papel primordial de utilizar o imaginário juvenil e infantil para inserir o educando nestas regiões, a partir da experiência, ao assumir o papel de um desses personagens notáveis.

Josy Mesquita explica que “os jogadores viram personagens da história e tem que agir de acordo ao momento histórico que o personagem está inserido, sendo imerso neste contexto”, o que dá ao jogo a complexidade necessária que levará o estudante a entender como pensavam e quais era as condições impostas aos personagens na época em que as batalhas aconteceram.

Segundo a idealizadora do projeto, o RPG é um método criativo para driblar a negligência do currículo escolar atual na Educação Básica em relação ao Dois de Julho, por exemplo.

“Tratamos muito pouco sobre a nossa história e o Dois de Julho, apesar do desfile todos os anos, é invisibilizado no currículo escolar. Precisamos fortalecer essa memória a partir da história que está nas nossas ruas, monumentos que levam o nome de personagens do Dois de Julho, que nossos estudantes passam regularmente pelos locais, mas não reconhecem a história inserida”, ressaltou.

Atualmente, Josy Mesquita participa do projeto “O 2 de Julho na escola”, em parceria com a Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), com a elaboração de planos de aula baseados na utilização do RPG 2 de Julho para o ensino.

De acordo com ela, o material “será publicado e divulgado para professores da rede pública e privada que queiram conhecer sobre RPG e utilizá-lo em suas aulas”. Mais informações sobre o RPG 2 de Julho estão disponíveis no Instagram da pesquisadora: @josyy_mesquita

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