Publicado em 28/04/2025 às 12h41.

Estado investe em políticas públicas de preservação em celebração ao Dia da Caatinga

O bioma ocupa cerca de 54% do território e está presente em 225 dos 417 municípios do estado

Redação
Foto: Fabio Barong

 

Celebrado nesta segunda-feira (28), o Dia Nacional da Caatinga chama a atenção para a importância de um dos biomas mais ricos e exclusivos do Brasil. Na Bahia, onde a Caatinga ocupa cerca de 54% do território e está presente em 225 dos 417 municípios, o Governo do Estado vem implementando políticas públicas voltadas à sua preservação, com destaque para a ação de Recaatingamento.

A iniciativa tem como objetivo conservar a Caatinga por meio do isolamento de áreas degradadas e já apresenta resultados significativos na mitigação das mudanças climáticas. De acordo com Victor Leonam, técnico da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), foi possível observar um aumento de 87% na diversidade de espécies da Caatinga nas áreas isoladas.

Além disso, graças ao uso de tecnologias hidroambientais, essas áreas conseguiram remover quase 93 toneladas de CO₂ por hectare, contribuindo diretamente para a redução da emissão de gases de efeito estufa.

A ação de Recaatingamento é realizado pela CAR, empresa pública vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), por meio do Projeto Pró-Semiárido, com cofinanciamento do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (Fida) e apoio técnico do Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada (Irpaa). Com um investimento de aproximadamente R$ 2,4 milhões, o projeto envolveu diretamente 600 famílias agricultoras de 20 comunidades rurais tradicionais de fundo de pasto, quilombolas, assentamentos de reforma agrária, distribuídas por 12 municípios do norte baiano.

O isolamento de 20 áreas permitiu a recuperação de 1.000 hectares de Caatinga e a implementação de planos de manejo sustentável em cerca de 20 mil hectares. Segundo Alcides Peixinho, agricultor da Comunidade Ouricuri (Uauá), a Caatinga funciona como uma poupança ambiental, essencial ao modo de vida das comunidades de fundo de pasto, que criam seus animais soltos e dele tiram seu sustento. “É na Caatinga que temos o ar limpo, diversos tipos de abelhas e animais. Por conta disso nossas associações se encarregam de ser as guardiãs desse bioma”.

O Recaatingamento vai além da conservação ambiental: também promove educação comunitária, combate ao superpastoreio e implementação de tecnologias socioambientais que melhoram a qualidade de vida das famílias. Foram implantadas 607 soluções, como biodigestores, bioáguas familiares, fogões ecológicos, cisternas, viveiros de mudas, meliponários e barreiros-trincheira, que garantem eficiência energética, acesso à água e melhorias na saúde.

Os agricultores e agricultoras participantes tornaram-se os Guardiões da Caatinga, cuidadores e mobilizadores nas suas comunidades, promovendo a preservação do bioma e a adaptação às mudanças climáticas.

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