Publicado em 08/06/2016 às 18h40.

Um jovem negro é morto a cada 23 minutos no Brasil, diz CPI

Comissão presidida pela senadora Lídice da Mata (PSB), revelou que 23,1 mil afrodescendentes de 15 a 29 anos são assassinados por ano no país

Redação
Foto: Agência Senado
Foto: Agência Senado

 

O relatório final da CPI do Senado sobre Assassinato de Jovens, que foi presidida pela senadora baiana, Lídice da Mata (PSB), foi apresentado na manhã desta quarta-feira (8). Segundo o texto, em 2015, 23,1 mil negros de 15 a 29 anos foram mortos, uma média de 63 por dia. A taxa é quatro vezes maior do que a referente a brancos da mesma faixa etária.

A Comissão Parlamentar de Inquérito ouviu professores universitários, pesquisadores, procuradores, juízes, conselheiros, defensores públicos, secretários estaduais de Segurança e de Justiça, delegados, policiais, representantes de ONGs, vítimas e familiares, para identificar as origens da violência e indicar as ações necessárias para combater o quadro.

Segundo o estudo, o homicídio segue como a principal causa de morte de adolescentes de origem afro, pobres, moradores da periferia dos grandes centros urbanos e, mais recentemente, também do interior do país.

Dados – Os dados apresentados no relatório foram categorizados pelos membros da CPI como parte de uma “guerra civil não declarada” e um “extermínio da juventude pobre e negra. “O relatório sistematiza as audiências públicas que realizamos e busca identificar as causas e razões desses altos índices dos assassinatos de jovens negros no país. Setenta e sete por cento dos jovens assassinados no Brasil são negros, levando a uma situação em que a cada 23 minutos um jovem negro é morto no país. Há um foco nesses homicídios, mesmo que não seja determinado pela ideia da cor, mas pela definição do perfil do criminoso pelo estado brasileiro, que é sempre jovem, de periferia e negro”, afirmou Lídice.

Os homens são 93% das vítimas, mas os negros morrem três vezes mais do que os brancos, e as vítimas com baixa escolaridade também são maioria. Além disso, a arma de fogo foi usada em mais de 80% dos casos de assassinatos de adolescentes e jovens.

Segundo o mapa, Salvador foi a quarta capital brasileira com maior índice de mortes por armas de fogo, com uma taxa de 50 para cada 100 mil habitantes. Lauro de Freitas e Simões Filho também figuram entre as cidades mais violentas do país.

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