Publicado em 22/02/2016 às 15h40.

Aedes aegypti é mais perigoso para idosos, grávidas e crianças

Especialistas afirmam que os vírus transmitidos pelo mosquito se manifestam de forma diferente nesses grupos e doenças podem trazer complicações mais sérias

Agência Estado
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Gomes: ‘Risco de termos toda uma geração de crianças com deficiência'(Foto: Divulgação)

 

O mosquito Aedes aegypti tem causado pavor no mundo pelas doenças virais transmitidas por ele: dengue, zika e chikungunya. Todos estão suscetíveis ao Aedes aegypti, no entanto, há aqueles que estão mais vulneráveis aos vírus que ele pode transmitir. Grávidas, idosos, crianças, dependentes químicos, portadores de doenças autoimunes e doentes crônicos, como os renais, hipertensos e diabéticos, correm mais riscos de complicações do que outras pessoas por estarem com a saúde mais debilitada. Os especialistas afirmam que os vírus se manifestam de forma diferente nesses grupos e a doença pode trazer complicações mais sérias.

O médico do Instituto de Nefrologia de Mogi das Cruzes, Rui Alberto Gomes, salienta que a situação é muito grave, pois as doenças provocadas pelo Aedes aegypti estão se espalhando e acometendo milhares de pessoas, sem existir uma vacina eficaz disponível atualmente. “Especialmente em relação à zika, o cenário é mais preocupante ainda, pois pode trazer complicações graves como a microcefalia e a Síndrome de Guillain Barré, que é uma doença neurológica grave. Correremos o risco de termos toda uma geração de crianças com deficiência, que demandarão muitos cuidados multiprofissionais. Agravando a situação, existe ainda a forte suspeita de que o vírus zika pode ser transmitido também através de relação sexual com algum portador pouco sintomático, a ponto de levar o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos a recomendar a prática de sexo seguro, com uso de preservativos, ou abstinência sexual, para grávidas que residam em áreas afetadas pelo zika.”

Segundo Gomes, enquanto as vacinas não estiverem disponíveis, a prevenção contra a picada do mosquito é a única saída. A recomendação é usar repelentes eficazes, roupas claras e que protejam especialmente as pernas, telas de proteção nas janelas e combater os possíveis criadouros do Aedes.

É preciso ficar atento aos sintomas, como febre acompanhada de dores de cabeça, atrás dos olhos, muscular e articular e mal-estar geral, além de manchas vermelhas espalhadas pelo corpo. Na presença de alguns dos sinais ou sintomas, é necessário procurar um serviço de saúde, para avaliação médica.

No sábado (13), um mutirão aconteceu em todo o Brasil para conscientizar a população sobre os cuidados que devem ser tomados contra o Aedes aegypti. O Dia Nacional de Mobilização do Zika Zero aconteceu simultaneamente nos estados brasileiros, onde milhares de militares foram às ruas para intensificar a prevenção e tentar erradicar os criadouros do mosquito. “Foi uma ação de conscientização da população. Mas é preciso muito mais e todos os cidadãos têm sua parcela de responsabilidade nesta guerra.”

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