Publicado em 09/11/2015 às 18h00.

Brasil está entre os 16 países mais felizes do mundo

Iniciativa da ONU, estudo considerou 158 países com base em dados do instituto de pesquisa Gallup

Elieser Cesar
Brasil supera vários países da Europa no ranking da felicidade Foto: Divulgação
Brasil supera vários países da Europa no ranking da felicidade   Foto: Divulgação

 

A felicidade não pode ser comprada, como diz o velho ditado, mas pode ser medida, como acredita a ONU. E, acreditem, o Brasil ocupa o 16º  lugar no ranking dos países mais felizes do mundo, superando (pasmem), Luxemburgo, Irlanda e Bélgica, segundo o último levantamento da Rede de Soluções para o  Desenvolvimento Sustentável  (SDSN, na sigla em inglês), uma iniciativa da ONU. O índice considerou 158 países com base em dados do instituto de pesquisa Gallup. Em lugar segundo vem a Suécia, seguida da Islândia, Dinamarca e Canadá. Mas, como medir algo tão subjetivo como a felicidade, sensação volátil como a água escorrendo entre as mãos? A avara felicidade definida pelo escritor Guimarães Rosa como “horinhas de descuido”, percepção instantânea e mágica que se revela num instante e não tem prazo de duração. Como mensurar,não apenas o sentimento de cada indivíduo, mas também a felicidade coletiva?

Perguntem a Jigme Singya Wcangchuck, rei do Butão – um pequeno país encravado nas encostas do Himalaia e espremido entre a China, a Índia e o Tibet – que, em 1972, elaborou uma nova fórmula para medir o progresso de uma comunidade ou de uma nação, o indicador sistêmico denominado Felicidade Interna Bruta (FIB), conceito que atraiu a atenção do resto do mundo, com a adesão do Pnud, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. Feliz ou infeliz, nunca se soube, o monarca do Butão considerava que o objetivo de uma sociedade não deveria ser apenas o crescimento econômico, mas também a garantia da qualidade de vida, da harmonia e da satisfação de seu povo, integrando o desenvolvimento material com o psicológico, cultural e espiritual. Tudo isso em sintonia com a preservação do meio ambiente.

Relatório – O primeiro relatório do FIB foi apresentado, em 2012, em Nova Iorque, com base em pesquisas de opinião realizadas em 150 países. Naquele ano, no topo da felicidade global ficou a Dinamarca, suplantada, agora, pela Suécia e pela Islândia, de acordo com relatório divulgado. Depois, irradiavam felicidade a Finlândia, Noruega, Holanda, Canadá e Suíça. O Brasil ocupava a 25ª colocação na lista das nações mais felizes do mundo. De lá para cá, galgou nove posições. O FIB pretende ser diferencial ao PIB (Produto Interno Bruto), na aferição da riqueza de um país. Mas não está livre de críticas. O economista Eduardo Gianetti, do Insper São Paulo, diz que “o PIB é rústico, pois considera a riqueza, mas não as condições em que ela foi gerada”.

Para chegar ao grau de felicidade de um país, o FIB considera algumas variáveis. As principais são: o bem-estar psicológico (grau de satisfação e de otimismo que cada indivíduo tem em relação a sua própria vida); a eficácia das políticas de saúde; o uso do tempo, especialmente o tempo para lazer e socialização com família e amigos; a vitalidade comunitária (relacionamentos e interações nas comunidades); a qualidade da educação; o estágio cultural, inclusive envolvimento na educação dos filhos; a preservação do meio ambiente; a governança (como a população enxerga o governo, a mídia, o Judiciário, o sistema eleitoral e a segurança pública, em termos de  responsabilidade, honestidade e transparência; e o padrão de vida (renda individual e familiar, a segurança financeira, o nível de dívidas, e a qualidade das habitações, por exemplo). Agora, diante de todas estas considerações, responda: você é feliz?

Mesmo?

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