Publicado em 04/12/2015 às 11h50.

Brasil tem 70 milhões de pessoas que moram sozinhas

A maioria são idosos acima de 60 anos

Agência Brasil

Em 2014, 70 milhões de brasileiros moravam sozinhos. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em dez anos, houve acréscimo de 13,8 milhões de pessoas nesse grupo. Em 2004, 56,2 milhões de pessoas moravam só.

Os dados divulgados nesta sexta-feira (4) fazem parte da Síntese de Indicadores Sociais e mostram que a maioria (43,4%) dessas pessoas tem mais de 60 anos. O índice variou pouco mais de 2 pontos percentuais em uma década. Em 2004, 41% das pessoas nessa faixa etária moravam sozinhas.

Geração Canguru – Ao longo dos últimos dez anos, a proporção de jovens entre 20 e 29 anos que moram sozinhos caiu de 11,4% para 9,6% em 2014. Já na faixa etária entre 25 e 34 anos, essa proporção subiu ao passar de 21,2% em 2004 para 24,3% em 2014.

Para o pesquisador do IBGE, André Simões, os dados mostram uma transformação estrutural na sociedade: “É uma mudança que está ligada à estrutura da sociedade, ao encarecimento do custo de vida e à possibilidade de ficar mais tempo em casa para se qualificar”. Esses jovens são majoritariamente homens (59%).

Crianças e adolescentes – O último ano em que mais da metade dos lares brasileiros tinha ao menos uma criança ou um adolescente foi 2004, quando a proporção era 51,1%. Desde então, o patamar foi caindo ano após ano, até chegar a 40,4% em 2014.

A queda foi verificada tanto no grupo de crianças até 5 anos (de 25,7% para 19,3%), quanto no grupo de crianças entre 6 e 14 anos, que apresentou redução de 36,6% para 29%.
A Região Norte é a única do país em que mais da metade (51,5%) dos lares têm crianças ou adolescentes. No Acre, por exemplo, o número chega a 58,6%. Em 2004, 63,2% dos lares do Norte do país tinham crianças ou adolescentes.

O menor percentual de lares com crianças foi verificado na região metropolitana do Rio de Janeiro, que era 41,3% em 2004 e caiu par 32,9% em 2014.

Natalidade – Os dados do IBGE sobre natalidade mostram que a taxa de fecundidade dos casais brasileiros caiu, em uma década, enquanto aumentou a proporção de famílias que postergam o momento de gestação.

Segundo a Síntese de Indicadores Sociais, a proporção de arranjos familiares que se identificaram como casal com filhos caiu de 51% para 42,9%, enquanto o percentual de casais sem filhos aumentou de 14,7% para 19,9%.

Para a pesquisadora do Instituto Cintia Simões, o grupo de lares sem crianças deve ser objeto de atenção do poder público, já que parte das políticas sociais está vinculadas à presença de crianças e adolescentes na residência.

Envelhecimento – A pesquisa também mostra o envelhecimento da população brasileira. Entre 2004 e 2014, o percentual de pessoas com até 29 anos de idade caiu de 54,4% para 45,7%.

O estado com a população mais jovem do Brasil é o Amapá, que tem 58% dos habitantes com até 29 anos de idade. Na outra ponta, o estado com menos jovens é o Rio Grande do Sul, com 40,5% dos habitantes nesta faixa etária. O menor percentual absoluto, no entanto, foi verificado na região metropolitana do Rio de Janeiro, que tem 40,1% de jovens.

A chegada de mais pessoas à terceira idade também está alterando o perfil desse grupo. Como mostra a pesquisa, o percentual de pessoas com mais de 60 anos que tem nove anos ou mais de estudo cresceu de 12,7% para 20,7%. Apesar dessa alta, o percentual de idosos sem instrução ou com menos de um ano de estudos continua maior, apesar da queda de 36,5% para 27,3%.

Temas: IBGE , idosos , morar só

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