Publicado em 23/09/2020 às 06h38.

Campanhas eleitorais da família Bolsonaro foram sustentadas por dinheiro vivo, diz jornal

De 2008 a 2014, Bolsonaro e seus filhos injetaram R$ 100 mil em campanhas; família já movimentou mais de R$ 3 milhões

Redação
Foto: Flickr/Jair Bolsonaro
Foto: Flickr/Jair Bolsonaro

 

As campanhas eleitorais do presidente Jair Bolsonaro e dos seus filhos foram sustentadas por dinheiro vivo, conforme apontou reportagem do jornal Folha de São Paulo na noite de terça-feira (22). Segundo o jornal, de 2008 a 2014, Bolsonaro e seus filhos injetaram R$ 100 mil em espécie nas campanhas. No total, a família já movimentou mais de R$ 3 milhões.

De acordo com a publicação, com a correção da inflação atual, os valores injetados nas campanhas chegam a R$ 163 mil. Os valores eram autodoações em dinheiro vivo e depósitos em espécie, de um membro da família para o outro.

A Folha analisou os recursos recebidos desde 2000 pelas campanhas de Bolsonaro e seus filhos Flávio, Carlos e Eduardo. Nesse período, foram identificados pagamentos em espécie em 5 campanhas ao longo dos anos. No total, 13 candidaturas foram analisadas. Em 4 delas não houve depósitos em dinheiro vivo. Em outras 4, não foi possível confirmar pelas prestações se houve ou não injeções em espécie.

O senador Flávio Bolsonaro já movimentou mais de R$ 3 milhões em dinheiro vivo nos últimos 25 anos. Entre as operações em espécie, segundo as apurações, estão a compra de imóveis, a quitação de boletos de planos de saúde e da escola das filhas de Flávio, o pagamento de dívidas com uma corretora e depósitos nas contas da loja da Kopenhagen da qual o senador é dono.

Entre as campanhas da família, a que mais recebeu recursos em espécie foi a do vereador Carlos Bolsonaro à Câmara Municipal do Rio em 2008. Naquele ano, Carlos doou para a própria campanha R$ 10 mil em dinheiro vivo. Flávio também colocou R$ 10 mil e, Jair, R$ 15 mil. Os R$ 35 mil em espécie injetados pela família representam cerca de 60% de todos os recursos angariados por Carlos naquela campanha.

A família Bolsonaro foi procurada pela Folha para comentar sobre a utilização de dinheiro em espécie em campanha, mas não respondeu até a conclusão da publicação.

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