Cinco regiões podem ficar submersas pelo mar em 2100, indica estudo
Várias cidades da costa brasileira podem ficar parcialmente submersas até 2100, segundo a pesquisa
Uma pesquisa realizada pela Climate Central, organização sem fins lucrativos sediada nos Estados Unidos, mostra que, no caminho atual de emissões de gases de efeito estufa levando ao aquecimento global de 3°C, cerca de 50 grandes cidades em todo o mundo terão seus territórios invadidos pela água devido ao aumento do nível do mar.
E no Brasil não será diferente. Segundo essa pesquisa, algumas áreas costeiras das Regiões Sul, Sudeste, Norte e Nordeste do país serão as mais afetadas e estão sob alerta. Várias cidades da costa brasileira podem ficar parcialmente submersas até 2100, segundo a pesquisa.
No Rio de Janeiro regiões como a Ilha do Governador, Duque de Caxias e Campos Elísios correm riscos de ficarem submersas. E além da capital, outras cidades também serão atingidas, como Campos dos Goytacazes e Cabo Frio.
Já o Pará é o estado da Região Norte do país que será mais afetado pelo avanço do mar, segundo a pesquisa. A maior parte da extensão da ilha de Marajó deverá ficar submersa, além de partes das cidades de Belém e Bragança.
No Amapá, a água do mar deve encobrir, até o final deste século, a Reserva Biológica do Lago Piratuba e a Ilha de Maracá, além da cidade de Oiapoque, na fronteira com a Guiana Francesa, e algumas partes da capital Macapá (que são banhadas pelo Rio Amazonas).
No Maranhão parte da costa de São Luís e as ilhas de Santana e Carrapatal devem ficar completamente submersas em 2100. O famoso Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses deverá ficar parcialmente encoberto pelas águas. O Rio Grande do Sul é um dos cinco estados que verá sua população litorânea ser afetada pelo aumento do nível do mar até 2100.
Os pesquisadores da Climate Central analisaram onde as populações estarão mais vulneráveis nos próximos anos e sob diferentes cenários de aquecimento, e os resultados foram alarmantes.
A linha da maré alta poderá ultrapassar as terras ocupadas por cerca de 10% da população global atual, ou seja, mais de 800 milhões de pessoas no mundo, após um aquecimento de 3°C. E nesse cenário, muitas nações insulares pequenas estão ameaçadas de perda quase total de território.
“As atuais taxas de aceleração significam que estamos no caminho para adicionar mais 20 centímetros ao nível médio global do mar até 2050, aumentando a frequência e os impactos das inundações em todo o mundo”, disse a diretora de pesquisas da NASA, Nadya Vinogradova Shiffer.
Restante do planeta – Sob o cenário de aquecimento de 3°C, a China, a Índia, o Vietnã e a Indonésia são os quatro principais países que correm maior risco de sofrer com o aumento do nível do mar a longo prazo. E também várias ilhas, como as Ilhas Cocos, as Maldivas, Ilhas Cayman e Bahamas, terão mais de 90% das suas populações embaixo d’água.
E mesmo que se hoje as emissões de carbono fossem reduzidas até ao limite proposto pelo Acordo Climático de Paris, e o aquecimento fosse mantido a 1,5°C, ainda assim haveria um aumento médio global no nível do mar de 2,9 metros ao longo de vários séculos.
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