CPI dos Crimes Cibernéticos sugere fim a bloqueios do WhatsApp
Proposta é uma resposta dos parlamentares à suspensão do aplicativo nesta semana, determinado pela Justiça de Sergipe
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Crimes Cibernéticos, organizada pela Câmara dos Deputados, aprovou nesta quarta-feira (4) o seu relatório final. Com 17 votos favoráveis e seis contrários, o texto tem como destaque um projeto de lei que permite o bloqueio de aplicativos, mas que veta que a prática seja realizada com aplicativos de mensagens instantâneas, como o WhatsApp.
A proposta é uma resposta dos parlamentares ao recente bloqueio do WhatsApp nesta semana, determinado pela Justiça de Sergipe devido ao descumprimento de uma ordem que pedia à empresa informações sobre o conteúdo de mensagens de usuários que estão sendo investigados em um caso de tráfico de drogas. “A CPI não se reúne para bloquear o WhatsApp. Vamos deixar isso claro na lei”, disse o sub-relator Sandro Alex (PSD-PR), que propôs a exceção aos aplicativos de mensagens no projeto de lei na manhã desta quarta. Procurado, o WhatsApp ainda não se manifestou a respeito do projeto de lei proposto pela CPI.
Pelo projeto de lei proposto pela CPI, juízes poderão determinar o bloqueio do acesso a sites e apps hospedados fora do país, que não possuam representação no Brasil e que sejam dedicados à prática de crimes puníveis com pena mínima de dois anos de reclusão. A proposta visa preencher um limbo jurídico enfrentado pelo país – aplicativos hospedados no Brasil ou com representação local já são afetados pelo Marco Civil da Internet. Vale lembrar, no entanto, que o projeto de lei ainda terá de tramitar na Câmara dos Deputados para começar a valer. Por ter sido criado em uma CPI, o texto tramitará com regime de prioridade.
Ao todo, dez destaques ao texto foram votados, entre eles, seis projetos de lei, duas propostas de fiscalização e controle e indicações a outros poderes. Votaram contra o relatório final os representantes do PT, PCdoB e Rede – este último representado por Alessandro Molon (Rede-RJ), relator do Marco Civil da Internet, aprovado em 2014 -, além do deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP). Molon foi um dos que se mostraram contrários à proposta de bloqueio de aplicativos. “O destaque piora o que já está ruim. Ele torna essa medida, que é ineficaz, mais ampla”, disse o deputado na comissão.
Invasão – Outro projeto de lei polêmico que foi recomendado pela CPI de Crimes Cibernéticos à Câmara dos Deputados amplia o crime de invasão de computadores e celulares. A proposta de projeto de lei determina que acessar qualquer sistema informatizado, com ou sem vantagem pessoal, é crime – o texto do Código Penal diz apenas que a invasão pode ser considerada crime se o invasor tiver o objetivo de alterar, destruir ou obter dados e informações sem autorização expressa ou tácita do dono do dispositivo.
Apresentado no final de março, no primeiro texto do relatório final da CPI de Crimes Cibernéticos, o texto recebeu críticas por parte de ativistas, que disseram que o projeto penaliza os “hackers do bem” (adaptação em português para o termo “white hat”), que invadem sistemas para testar sua vulnerabilidade e avisam as empresas disso.
Caso seja aprovado, o projeto poderia penalizar casos como o do garoto finlandês que encontrou uma falha no Instagram e recebeu US$ 10 mil do Facebook.
Retirada – A CPI dos Crimes Cibernéticos também manteve no relatório final projeto de lei que prevê que os provedores de internet retirem da rede, sem necessidade de nova decisão judicial, conteúdos iguais a outros que já tiveram a retirada determinada pela Justiça. Pelo texto, bastará uma notificação do interessado para que o conteúdo seja retirado. A comissão rejeitou destaques do PT e de outros partidos para suprimir esta proposta do relatório final.
Mais notícias
-
Brasil
19h14 de 13 de dezembro de 2024
Homem de 44 anos é preso suspeito por terrorismo
Ele também é suspeito de incentivar apoiadores. O suposto terrorista passou por audiência de custódia e a Justiça manteve a prisão.
-
Brasil
18h03 de 13 de dezembro de 2024
Brasileiros pretendem gastar mais com viagens no fim do ano
Cidades com praias, a exemplo de Salvador, são os destinos mais citados
-
Brasil
17h59 de 13 de dezembro de 2024
Operação Overclan: PF apreende jatinho com R$ 1,5 milhão em espécie
Aeronave era monitorada desde Salvador; José Marcos Moura, apontado como líder da organização criminosa, foi o responsável pela organização do voo.
-
Brasil
16h31 de 13 de dezembro de 2024
Comissão da Câmara aprova uso de tornozeleira para agressor de mulheres
A proposta segue agora para Comissão de Segurança Pública (CSP)
-
Brasil
14h37 de 13 de dezembro de 2024
Catamarã com 50 passageiros afunda durante passeio no Litoral de Alagoas
Um idoso de 76 anos morreu, segundo informação confirmada pelo Corpo de Bombeiros Militar de Alagoas (CBMAL).
-
Brasil
11h37 de 13 de dezembro de 2024
Provas da 2ª etapa do Revalida 2024 ocorrem neste final de semana
Exame é voltado tanto a estrangeiros com diplomas em medicina expedidos por instituições de outros países
-
Brasil
07h56 de 13 de dezembro de 2024
Especialistas aprovam proibição de celular em sala de aula
Professora teme que crianças fiquem ansiosas
-
Brasil
07h50 de 13 de dezembro de 2024
Caixa paga Bolsa Família a beneficiários com NIS de final 4
Com adicionais, valor médio do benefício está em R$ 678,36
-
Brasil
06h48 de 13 de dezembro de 2024
Aids: Brasil tem alta de casos, mas menor mortalidade desde 2013
Em 2023, 96% das pessoas com a doença foram diagnosticadas
-
Brasil
15h27 de 12 de dezembro de 2024
Canteiro de obras cede e causa deslizamento em estação do metrô
O Corpo de Bombeiros confirmou que foi acionado