Delatores criticam entrada de Moro em consultoria
Recuperação judicial da Odebrecht está inserida na unidade de Administração Judicial.

O anúncio do ex-ministro da Justiça Sergio Moro como sócio-diretor na Alvarez & Marsal, consultoria que atua no processo de recuperação judicial do grupo Odebrecht, não foi bem recebido por boa parte dos delatores da empreiteira.
Segundo a coluna de Bela Megale, do jornal O Globo, para executivos e advogados que atuaram no acordo firmado com o Ministério Público, o ex-ministro estaria usando a operação que conduziu como juiz “para se favorecer”. A mesma crítica foi adotada na redes sociais por políticos do PT, partido mais atingido pela Lava-Jato.
A versão é contestada pela consultoria Alvarez & Marsal.
“Na prática, isso não procede, porque Moro não tem nenhuma remuneração vinculada ao processo de recuperação judicial da Odebrecht, até porque, não vai trabalhar nele, então não se beneficia financeiramente de um caso em que não atua. Além disso, estamos falando de unidades de negócios diferentes.
A remuneração de Moro virá da unidade onde ele está alocado”, disse Marcos Ganut, sócio-diretor da Alvarez & Marsal e líder da área de Disputas e Investigações, onde Moro vai atuar.
A recuperação judicial da Odebrecht está inserida na unidade de Administração Judicial.
A Alvarez & Marsal afirma que tanto a Odebrecht quanto o juiz responsável pela recuperação judicial da empresa foram informados sobre a contratação de Moro antes da notícia se tornar pública. Segundo Ganut, o ex-ministro não vai trabalhar em casos envolvendo companhias que têm ou tiveram vínculos com a Lava-Jato. O diretor afirma, porém, que, se isso vier a ser solicitado no futuro, a empresa “vai analisar se existe conflito caso a caso”.
À coluna, o executivo minimizou as críticas sobre a chegada de Moro e disse que a resposta está sendo bem recebida.
“Recebi tantas mensagens hoje que não consegui ver tudo, mas tivemos um retorno muito positivo, tanto dos nossos clientes atuais quanto daqueles com quem já trabalhamos e mantemos relações”.
Moro foi às redes sociais para dizer que o trabalho “não é advocacia” e que não atuará “em casos de potencial conflito de interesses”. Sua entrada na multinacional foi lida no meio político e empresarial como um sinal de que o ex-ministro pode não estar no páreo nas eleições de 2022. Na Alvarez & Marsal, a expectativa é a mesma, apesar de o contrato de Moro não ter cláusulas que o vinculem à consultoria por um período determinado.
“Nós identificamos no mercado que Moro buscava uma posição na iniciativa privada e o procuramos . Essa intenção já coloca a visão de que ele vem para o mercado privado para fazer uma história dentro da área”, disse Ganut. O diretor afirma que as conversas com Moro começaram cerca de 45 dias atrás.
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