Publicado em 27/06/2016 às 21h20.

Jornalistas se unem para lutar contra o assédio na profissão

"Nossa meta é desnaturalizar os discursos dessa natureza e mostrar que, se são comuns, não, eles não são normais", explica uma das idealizadoras

Luís Filipe Veloso
Foto: Reprodução/ Facebook
Foto: Reprodução/ Facebook

 

A demissão da repórter do iG, assediada pelo cantor Biel em uma entrevista, gerou revolta nas redes sociais. Os leitores do portal passaram a comentar em todas os posts no Facebook, mesmo que as notícias não tivessem relação com o caso.

Em resposta a isso, jornalistas criaram um coletivo chamado Jornalistas Contra o Assédio. De acordo com Janaina Garcia, uma das fundadoras do projeto, o objetivo da iniciativa é manter vivo o debate sobre o assédio na atividade jornalística. “Nossa meta é desnaturalizar os discursos dessa natureza e mostrar que, se são comuns, não, eles não são normais”, explica.

Janaina afirma que, desde que o projeto foi criado, no dia 20 de junho, as organizadoras já receberam dezenas de relatos pela página do Facebook. “Desde quem afirma já ter sido estuprada por chefe, mas orientada a não levar a denúncia adiante para não comprometer a carreira, até jornalista assediada por fontes – do poder público, ou não – como simples condição de obtenção de informações jornalísticas”, relata a jornalista e complementa: “isso é um absurdo”.

Em solidariedade a repórter, a colaboradora Odara Gallo decidiu acabar com a parceria que tinha com o iG. Por um comunicado em seu Facebook, a jornalista esclareceu que o rompimento era por causa dos “acontecimentos recentes” e encerrou com a hashtag #jornalistascontraoassedio.

Mais notícias

Este site armazena cookies para coletar informações e melhorar sua experiência de navegação. Gerencie seus cookies ou consulte nossa política.