Publicado em 08/11/2016 às 20h50.

Lava Jato denuncia ex-secretário do PT por corrupção

Ex-secretário do partido será indiciado por corrupção e lavagem de dinheiro junto com outros empresários

Redação
ex-secretário geral do PT, Sílvio Pereira (Foto Roberto Stuckert Filho)
ex-secretário geral do PT, Sílvio Pereira (Foto Roberto Stuckert Filho)

 

O Ministério Público Federal denunciou nesta terça-feira(8), o ex-secretário-geral do PT Silvio Pereira, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Também são acusados na nova denúncia da Operação Lava Jato o empreiteiro Léo Pinheiro, da OAS (lavagem de dinheiro), o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque (corrupção passiva) e os empresários José Paulo Santos Reis e César Roberto Santos Oliveira (corrupção ativa), ambos da GDK Engenharia.

Os empresários presentearam Silvio com uma Land Rover, em 2004, em troca de favorecimento em licitação na Petrobras. Na ocasião, o petista exercia forte influência na estatal petrolífera, inclusive indicando nomes para áreas estratégicas. Segundo a denúncia, as investigações apontaram que os administradores da GDK “ofereceram e pagaram um veículo Land Rover para Silvio Pereira em troca de favorecimento da empresa na licitação do módulo 1 da Unidade de Tratamento de Gás de Cacimbas, localiza em Linhares, no Espírito Santo, entre 2004 e 2005”.

A denúncia destaca que o ex-secretário geral do PT gerenciava com o ex-ministro José Dirceu, então chefe da Casa Civil do governo Lula, “um sistema de escolha de apadrinhados políticos da legenda para cargos de livre indicação no governo federal”. Entre os cargos escolhidos estava o do ex-diretor da Petrobras Renato Duque, “que mantinha proximidade com a agremiação partidária e que, juntamente com o ex-gerente e seu subordinado, Pedro Barusco Filho, aceitou vantagens indevidas dos empresários para fraudar as licitações da estatal para enriquecimento pessoal e dos integrantes do partido político”.

O Ministério Público Federal sustenta que as provas levantadas pela investigação e informações repassadas pelo delator Milton Pascowitch, durante o ano de 2004, Renato Duque fraudou a licitação de Cacimbas em favor da GDK, que acabou vencedora do certame.

Em troca, a empresa se comprometeu a pagar 1,5% do contrato que seria firmado no valor de R$ 457,5 milhões, o equivalente a R$ 6,86 milhões em propinas. Em novembro de 2004, uma semana antes do início da concorrência, foi transferido a Silvinho a Land Rover adquirido pela GDK, no valor de R$ 74 mil. Posteriormente, diante da revelação pública do recebimento do veículo, o recurso de uma das empresas que disputava o certame da obra foi alterado, sagrando-se vencedora a Engevix, “também por intermédio de pagamento de propina”.

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