Publicado em 06/07/2016 às 19h29.

Menino de 5 anos tem braço amputado após explosão de granada

Luiz Rodrigo Costa Santana brincava com outras crianças na zona norte do Rio de Janeiro, quando achou o explosivo e decidiu levá-lo para casa

Hieros Vasconcelos
(Foto: Prefeitura do Rio de Janeiro)
(Foto: Prefeitura do Rio de Janeiro)

 

Um menino de 5 anos teve o braço direito amputado depois de ser ferido na explosão de uma granada, que encontrou em uma rua no Rio de Janeiro. Luiz Rodrigo Costa Santana brincava com outras crianças na Rua Chico Nunes, no Morro do Chapadão, em Costa Barros, na zona norte do Rio de Janeiro, quando achou o explosivo e decidiu levá-lo para casa, no início da tarde de terça-feira (5).

“Estávamos dentro de casa e escutamos um barulhão. As crianças começaram a chorar, foi uma gritaria. Quando chegamos do lado de fora, ele tinha perdido a mão. Sangrava muito”, contou o avô da criança, João Batista Machado, de 56 anos.

Luiz Rodrigo foi socorrido pela mãe e pela avó e levado para o Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier. No Centro Cirúrgico, os médicos tiveram de fazer a amputação, por causa da extensão das lesões. Boletim divulgado pelo hospital informa que seu estado de saúde é estável. Ele não tem previsão de alta.

De acordo com a Polícia Militar, não houve confronto entre traficantes nem operações policiais no morro nesta quarta-feira, 6.

O Morro do Chapadão se tornou uma espécie de fortaleza do tráfico, depois que o Complexo do Alemão foi ocupado, em 2010. Traficantes do Comando Vermelho se refugiaram na região. Moradores passaram a viver, então, cotidiano de confrontos, criminosos armados circulando nas favelas e barricadas nas ruas, feitas com galhos e pneus. Famílias chegaram a ser expulsas de suas casas para que traficantes pudessem se instalar ali.

Em fevereiro, o cabo do Exército Jorge Fernando de Souza, de 30 anos, e o soldado Cleiton Felipe Massena, de 22, foram executados com mais de 60 tiros, por traficantes da Favela Final Feliz, no Complexo Chapadão. Eles trabalhavam com seus próprios carros para uma empresa de táxi executivo e foram confundidos com informantes da Polícia Militar.

Em março, Matheus Ferreira Motta, de 20 anos, foi torturado e teve o corpo carbonizado por ser morador de uma favela considerada “rival”. No ano passado, alpinista Ulisses da Costa Cancela, de 36 anos, foi com um tiro na cabeça, ao errar o trajeto e entrar na Vila do Sapê, próxima ao Chapadão. Seu carro recebeu mais de 20 tiros.

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