Publicado em 05/12/2023 às 19h10.

Pastor diz fazer trabalho social, mas escravizava trabalhadores em comunidade terapêutica

Sete trabalhadores foram resgatados em comunidade terapêutica no Rio onde viviam como escravos

Redação
Foto: Divulgação/MPT/RJ

 

Uma operação envolvendo vários órgãos e a polícia federal resgatou sete pessoas em situação de trabalho análoga à escravidão em uma comunidade terapêutica, em Cosmos, na Zona Oeste do Rio. Todos os trabalhadores resgatados estão sendo atendidos pelo Projeto Ação Integrada (ProjAi) e foram encaminhados para o Centro de Atenção Psicossocial de Álcool e outras Drogas (CAPS AD) pela Secretaria Municipal de Saúde.

A comunidade terapêutica, pertencente à Igreja Evangélica Alcance Vitória, deverá indenizar cada trabalhador por dano moral individual no valor de R$ 10 mil, a ser pago em 20 parcelas de R$ 500 desde de novembro, por determinação do Ministério Público do Trabalho no Rio.

O pastor responsável pelo local, que supostamente realiza atendimento a dependentes químicos, intermediava a mão de obra das vítimas a mercados locais e ficava com todo o pagamento. Segundo depoimento das vítimas, eles trabalhavam sem nenhum registro formal, além de serem obrigados a ofertar um dízimo de 10% no valor do salário, que era dividido pela metade com o pastor.

Um dos trabalhadores resgatados relatou que recebia apenas R$ 50 pelos serviços, mas o dinheiro ficava retido com o pastor, sendo liberado apenas para comprar itens básicos, a cada 15 dias.

Com a participação do Ministério Público do Trabalho no Rio de Janeiro (MPT-RJ), da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE) e da Polícia Federal, o resgate aconteceu em agosto, após denúncias anônimas.

Foram firmados termos de ajustamento de conduta (TACs) perante o MPT-RJ, onde ficou determinado o reconhecimento do vínculo empregatício e o pagamento de todas as verbas trabalhistas e rescisórias, inclusive seguro-desemprego, sob pena de multa de R$10 mil em caso de descumprimento.

 

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