Publicado em 05/10/2025 às 16h30.

Prefeituras aprovam leis para loteria municipal, mas governo aponta irregularidade

Ministério da Fazenda aponta que os surgimentos das loterias são baseadas em erro do STF

Heber Araújo
Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

 

O governo federal registrou, desde dezembro de 2023, que ao menos 77 municípios brasileiros aprovaram leis para criar suas próprias loterias. Movimento esse que, segundo o Ministério da Fazenda, a prática é irregular, mesmo que a justificativa seja aumentar a arrecadação municipal para as áreas da saúde, educação e assistência social. 

Apesar disso, a Lei nº 14.790/2023 autoriza a União, os governos estaduais e o Distrito Federal a explorar esse tipo de serviço. A prática está proibida apenas para os municípios. 

Segundo levantamento feito pelo G1, dos 77 municípios que autorizaram a prática, outros 39 aguardam a aprovação de leis para regulamentar a proposta. 17 cidades estão em fase de estudos ou implantação, enquanto outras 17 prefeituras estão na etapa final, preparando licitações para definir as empresas responsáveis pelas operações.

A capital da Bahia, Salvador, também já enviou à Câmara Municipal um projeto para instauração de uma loteria municipal. O projeto aguarda análise na Câmara Municipal.  

No momento, apenas Bodó, no Rio Grande do Norte, possui uma loteria ativa, a Lotseridó, criada em julho de 2024, que permite o credenciamento de empresas mediante o repasse de 2% da receita bruta para programas sociais.

O crescimento nas aparições das loterias municipais se apoia em uma brecha jurídica criada após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) em 2020, que retirou da União a exclusividade sobre as loterias, mas não mencionou os municípios.

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