Publicado em 29/09/2022 às 17h37.

Semesp: em 2040 país poderá ter carência de 235 mil professores

Nos dez anos analisados, o percentual de estudantes que concluiu os cursos de licenciatura aumentou apenas 4,3%

Redação
Foto: Arquivo/Elza Fiúza/Agência Brasil
Foto: Arquivo/Elza Fiúza/Agência Brasil

 

O Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior no Estado de São Paulo (Semesp) divulgou uma pesquisa nesta quinta-feira (29) que mostra que até 2040 o Brasil poderá ter uma carência de 235 mil professores de educação básica. As informações são da Agência Brasil.

O levantamento indica que há um crescente desinteresse, especialmente dos jovens, em seguir a carreira docente. Segundo o estudo, o avanço no número de ingressantes em cursos de licenciatura foi menor do que no restante do ensino superior. De 2010 a 2020, houve uma alta de 53,8% no ingresso em graduações que têm como carreira o ensino, enquanto nos demais cursos o aumento ficou em 76% no período.

A pesquisa aponta ainda o problema da evasão. Nos dez anos analisados, o percentual de estudantes que concluiu os cursos de licenciatura aumentou apenas 4,3%.

A pesquisa foi realizada baseada em dados disponibilizados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), que é vinculado ao Ministério da Educação. Ainda a partir dessa base de dados, o estudo mostra que o percentual de novos alunos em cursos de licenciatura com até 29 anos de idade caiu de 62,8%, em 2010, para 53%, em 2020.

Assim, a carreira vem registrando, segundo a pesquisa, um envelhecimento dos profissionais. Entre 2009 e 2021, o número de professores em início de carreira, com até 24 anos de idade, caiu de 116 mil para 67 mil, uma retração de 42,4%. Ao mesmo tempo, o percentual de docentes do ensino básico com 50 anos ou mais cresceu 109% no período.

A presidente do Semesp, Lúcia Teixeira, destaca que a formação de professores com mais de 29 anos não significa, necessariamente, a entrada de novos professores na carreira. Segundo ela, esses profissionais são, na maioria das vezes, pessoas que já trabalham na área. “Isso acontece em razão da lei que obriga o professor em exercício a ter formação mínima na área de pedagogia ou em licenciaturas para o magistério na educação básica”, explica.

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