Publicado em 04/03/2016 às 18h30.

Vazamento de delação é ‘objetivo mesquinho de vingança’, diz Dilma

A presidente fez pronunciamento no Palácio do Planalto para se defender das acusações feitas pelo senador Delcídio do Amaral durante investigações da Lava Jato

Fernando Valverde
Foto: André Dusek / Estadão Conteúdo
Foto: André Dusek / Estadão Conteúdo

 

Em pronunciamento no Palácio do Planalto na tarde desta sexta-feira (4), a presidente Dilma Rousseff manifestou “o mais profundo inconformismo” em relação à “desnecessária condução coercitiva”, a qual foi submetido o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela manhã. Ao lado de 12 ministros e do advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, a mandatária demonstrou seu apoio ao antecessor e comentou o episódio de condução coercitiva. “Quero manifestar o meu mais absoluto inconformismo com o fato de o ex-presidente Lula que, por várias vezes, compareceu de forma voluntária para prestar esclarecimentos perante as autoridades, seja agora submetido a uma desnecessária condução coercitiva para prestar mais um depoimento”, disse.

A petista contestou ainda o conteúdo do depoimento em delação premiada do senador Delcídio do Amaral (PT-MS), em que é citada por tentativa de interferir nas investigações da Operação Lava Jato, por meio da nomeação de um ministro do STJ, para beneficiar empresários denunciados na operação, e de ter conhecimento sobre o esquema de corrupção na Petrobras. “Do ponto de vista institucional, não teria nenhuma razão a pedir com um senador para conversar com um juiz. Não é o senador que participa dos processos de nomeação dos ministros do STJ e nem do Supremo. Nomeei 16 ministros do STJ e cinco do Supremo. É absolutamente subjetiva e insidiosa a fala do senador, se ela foi feita”, declarou.

A presidente lamentou também o vazamento das informações sobre a “hipotética delação premiada” que teria como “objetivo único” atingir a ela e ao governo, em um desejo de “vingança” por parte de Delcídio, que foi líder do governo entre abril e novembro de 2015, quando foi preso na Operação Lava Jato, acusado de tentar obstruir as investigações. De acordo com os investigadores, o parlamentar teria tentado obstruir o prosseguimento das apurações com a oferta de uma mesada de R$ 50 mil e fuga para a Espanha para o ex-diretor da área internacional da Petrobras Nestor Cerveró para que ele não fechasse acordo de delação.

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