Publicado em 22/02/2020 às 20h38.

Blocos afro precisam ‘cumprir dever de casa’, afirma secretário sobre editais

Fausto Franco explica que, para qualquer artista ou entidade, regras são as mesmas

Estela Marques / Tailane Muniz
Foto: Tiago Cruz/Bahia.ba
Foto: Tiago Cruz/Bahia.ba

 

Não é uma questão de preferência patrocinar Anitta ou Olodum, garante o secretário estadual de Turismo, Fausto Franco. O que separa as duas potências na corrida dos editais é a “organização”, afirma Franco.

“Não é Anitta, Ilê, Olodum ou o que quer que seja. Não há nada pessoal. Eles [blocos afro] não foram aprovados no [edital] Ouro Negro por causa de documentação. Precisam entender que têm que fazer o dever de casa para que estejam sempre legalizados”, salienta ele, que participa da tradicional saída do Ilê Aiyê, na noite deste sábado (22), na Senzala do Barro Preto.

“O que a gente está tentando ver é mudar o formato do Fazcultura para que eles fiquem como se fossem especiais, hors-concours [excepcionais], mas não deixa de ter as prerrogativas de documentação, só fica menos restritivo. Não podemos abrir mão dos protocolos, até porque a gente é fiscalizado pelo Tribunal de Contas, e é o dinheiro de todos nós, cidadãos”.

Fausto, que conversou com o bahia.ba pouco antes do início da festa, no Curuzu, também falou sobre uma reunião que deve acertar novos rumos dos editais logo após a folia. Questionado sobre uma possível facilidade de atrações mais comerciais, como a própria Anitta, voltou a dizer que não é uma realidade.

“Talvez Anitta seja mais organizada juridicamente do que as instituições daqui.  Pra você mudar as regras precisam ser revistas, para que esses blocos super tradicionais, grandes alicerces do Carnaval não deixem de participar”, concluiu o secretário, acompanhado do presidente da Bahiagás, Luiz Gavazza.

À reportagem, Luiz disse que atualmente há uma “democratização” do acesso às verbas de Cultura. “Montou-se uma curadoria do Carnaval, das quais o governador participa junto às instituições, como é o caso da Bahiagás, e da Bahiatursa, que é uma empresa totalmente pública. Então os editais foram um avanço”, pontua.

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