João Jorge sobre falta de patrocínio para blocos afro: ‘É preciso corrigir isso’

Presente ao Camarote Brahma na noite desta segunda-feira (20) de Carnaval, o presidente da Fundação Palmares, João Jorge falou sobre a importância do resgate da cultura negra. Em entrevista  ao bahia.ba, o ex-presidente do Olodum comentou sobre a carência de patrocínios para blocos afro no Carnaval. 

Ausência de Blocos Afros no Carnaval 

A queixa tem recorrência histórica, e apenas algumas empresas mudaram. No entanto, o ônus fica com a prefeitura e o governo do estado. O governo está no Ouro Negro, a prefeitura com seus programas, mas por exemplo, fora o Olodum, o Ilê, o Gandhi, a maioria dos blocos afro não tem patrocínio, e eles são parte desse sistema. Aliás, a parte mais interessante, a música, a cultura, a visibilidade, a atração de turista. Então, é preciso corrigir isso, porque é uma distorção do Carnaval em Salvador, no Rio e em Belo Horizonte, sem viver assim, um grupo tem e o outro não tem.  

Fundação Palmares 

O ano de 2023 é de construção, vai definir essas políticas públicas e como vai se financiar a cultura brasileira, com quem? BNDES, Caixa, Banco do Brasil, parcerias nacionais, internacionais, não vai ficar sem dinheiro, até porque este é o momento em que o Ministério (da Cultura) tem mais dinheiro.

Resgate da Cultura Negra 

É uma presença fundamental dos 27 estados, a Bahia é o celeiro da cura negra, do candomblé, da capoeira da música afro, e é também a única área que a cultura negra internacional, como Michael Jackson, então assim essa presença vai abrir portas. O Ministério da Cultura e a Fundação Cultural Palmares precisam de portas abertas. Primeiro pra nossa gente, a juventude, a mulher negra, o dinamismo digital, e depois pra 54 países africanos, os outros países do Caribe de presença afro-americana. Vamos lembrar a vice-presidente americana, que é uma mulher. De de cada quatro prefeitos americanos são negros. Recebemos sexta-feira a embaixadora americana. O Brasil volta pro cenário afrodescendente de uma forma pulsante comigo, com Zulu, com Margareth.