Publicado em 24/02/2023 às 10h33.

Secretário de Cultura cobra mudanças do bloco ‘As Muquiranas’ após caso de assédio

"Algumas posturas não podem e não são mais toleradas. Não é justificável aceitarmos comportamento agressivo e violento com as mulheres sob o argumento de que ‘sempre foi assim'"

Redação
Foto: Jorge Oliveira / bahia.ba

 

O secretário de Cultura, Bruno Monteiro, usou o Twitter para cobrar mudanças das ‘Muquiranas’ após o caso de assédio contra uma mulher por foliões do bloco ser registrado no carnaval. De acordo com o gestor da pasta, o bloco “será responsável se não cobrar uma mudança de atitude” dos foliões. A postagem foi feita na quinta-feira (23).

“No carnaval tudo pode? É preciso cuidado com isso. Algumas posturas não podem e não são mais toleradas. Não é justificável aceitarmos comportamento agressivo e violento com as mulheres sob o argumento de que ‘sempre foi assim’. Não podemos tolerar a cultura dos homens que se vestem de mulher, portando armas que jogam água, como símbolo da sua masculinidade. O bloco Muquiranas não é o responsável, mas será responsável se não cobrar uma mudança de atitude dos seus foliões. Será uma omissão”, declarou Monteiro.

Na quinta-feira (23), o Ministério Público da Bahia anunciou que vai investigar o episódio. O  Núcleo de Enfrentamento às Violências de Gênero e em Defesa dos Direitos das Mulheres (Nevid) foi o responsável pela abertura das apurações. 

Em nota ao bahia.ba, o MP informou que imagens do circuito de segurança do circuito serão analisadas e que o órgão “aguarda ainda a colaboração da vítima para obter informações adicionais que auxiliem nas apurações e possível punição dos autores”. O Nevid vai solicitar também à Polícia Civil a instauração de inquérito para investigar o caso.

Após a repercussão do ocorrido, ‘As Muquiranas’ emitiu uma carta aberta em seu Instagram para falar sobre o assunto afirmando que o “bloco é contra todo e qualquer tipo de violência, preconceito e assédio” e que vai colocar “todos os dados que tem a disposição do poder público, para que identifiquem o folião e tomem as providências cabíveis”. 

A pessoa que cometeu o ato pode ser punida administrativamente. A multa pode variar de R$ 2 mil a R$ 20 mil.

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