Publicado em 01/04/2025 às 09h59.

Agronegócio brasileiro registra recorde no número de recuperações judiciais em 2024, diz Serasa

Foi registrado um crescimento de 138% no comparativo com o ano anterior, totalizando 1.272 solicitações

Redação
Foto: Foto:Jaelson Lucas/AEN-PR

 

As recuperações judiciais no agronegócio brasileiro bateram recorde em 2024, com crescimento de 138% no comparativo com o ano anterior, totalizando 1.272 solicitações, que, em sua maioria, vieram de produtores rurais que atuam com pessoa física, com alta próxima de 350% na comparação anual, para 566 solicitações, é o que apontam dados da Serasa Experian divulgados nesta terça-feira (1º).

Segundo matéria da Folha de São Paulo, para o ‘head’ de agronegócio da Serasa Experian, Marcelo Pimenta, diversos fatores impactaram a saúde financeira dos produtores e proprietários rurais, principalmente aqueles que estavam mais alavancados.

“A alta da taxa de juros, aliada ao aumento dos custos de produção com insumos agrícolas —que ficaram mais caros devido à inflação e à desvalorização cambial—, foram alguns dos desafios principais e, para além disso, tivemos o agravante das adversidades climáticas”, afirmou Pimenta.

Perfil

No recorte da pessoa física, o levantamento detalha que 224 pedidos de recuperação judicial foram feitos por aqueles que não possuem propriedades no campo, ou seja, possíveis arrendatários de terras ou grupos econômicos ou familiares relacionados ao setor. Os grandes proprietários foram responsáveis por 132 solicitações, os pequenos por 113 e os médios, 97, de acordo com o estudo.

O ano de 2024 foi marcado por uma histórica quebra da safra de grãos, que afetou inclusive produtores de Mato Grosso, após uma colheita recorde de soja e milho em 2023.

Já o grupo de produtores rurais brasileiros que atuam com perfil de pessoa jurídica acumularam, em 2024, 409 pedidos de recuperação judicial, alta de 152,5%. No caso dos produtores PJ, aqueles ligados ao cultivo de soja, principal produto do agronegócio concentram o maior número de recuperações judicias (222), seguido pela pecuária bovina (75), cereais (49) e café (16).

Balanço

Por outro lado, instituições como o Banco do Brasil apontam que, no ano passado, a chamada “advocacia predatória” foi dominante, com produtores sendo levados a pedir RJ antes de avançar em renegociações com os bancos credores.

Apesar do forte aumento, o executivo da Serasa lembrou em nota que o número absoluto de solicitações é pequeno quando comparado aos cerca de 1,4 milhão de produtores que tomaram crédito rural durante os últimos dois anos no país.

A Serasa Experian revelou também que as empresas que atuam de forma relacionada ao setor do agronegócio realizaram 297 pedidos de recuperação judicial no ano passado, alta de 21,22%.

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