Alckmin endossa fala de Haddad ao destacar compromisso do governo com o arcabouço fiscal
Vice-presidente lembra que é preciso reduzir gastos e arrecadar mais

O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, disse que o governo está comprometido com o arcabouço fiscal e que, para isso, será necessário reduzir os gastos e melhorar a arrecadação por meio do combate à sonegação. Alckmin deu a declaração dois dias após o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defender a aceleração da agenda de revisão dos gastos públicos.
O arcabouço fiscal é um conjunto de medidas, regras e parâmetros para a condução da política fiscal aprovada em 2023 em substituição à política do teto de gastos que vigorava desde 2016 e congelou as despesas, autorizando apenas a correção inflacionária de um ano para o outro. Essa regra, no entanto, foi descumprida diversas vezes. Com a nova política fiscal adotada no ano passado, o limite de despesas ficou mais flexível e leva em conta a meta de resultado primário.
“É bom lembrar que em 2020 o déficit primário foi quase 10% do PIB [Produto Interno Bruto]. Nós estamos falando hoje de não ter nem 0,5% de déficit, e a meta é chegar a zero. De um lado, é melhorar a arrecadação combatendo a sonegação. E, de outro, é reduzir gastos. É analisar a eficiência de cada investimento. Fazer mais com menos dinheiro”, afirmou o vice-presidente.
Segundo Alckmin, não há ainda nenhuma definição de data para anúncio de cortes. Ele ressaltou, no entanto, que será preciso efetuar ajustes que tragam resultado mais rápido e também aqueles com efeito de médio e longo prazo.
“Mesmo que eu tenha uma medida que vai se estender por vários anos, você traz a valor presente. Com uma melhor política fiscal, vamos ter juros mais baratos e melhor política monetária. Mas é bom comemorar que o Brasil cresceu 2,9% em 2023. A renda dos trabalhadores cresceu, foi a maior desde o Plano Real, o PIB cresceu, e caiu o risco Brasil, que era 254 e foi 170”, acrescentou.
Reforma Tributária
Alckmin também avaliou que a regulamentação da reforma tributária exigirá do governo diálogo com o Congresso Nacional. Ele considerou, porém, que o mais difícil já foi feito.
“Para aprovar a reforma tributária, eram três quintos. Exigia maioria qualificada porque era emenda constitucional. As outras medidas não vão precisar mexer na Constituição. Serão por lei ordinária. Então estamos otimistas. O caminho é o diálogo. Nada é fácil, mas vamos mostrando, argumentando. Em política não se obriga, se convence, se conquista.”
Aprovada no ano passado, a reforma tributária estabeleceu que – a partir de 2033 – o ICMS [Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços] e o IPI [Imposto sobre Produtos Industrializados] serão unificados a outros três tributos (ISS, PIS e Cofins), de forma a simplificar o sistema. Haveria, assim, uma única cobrança, com a arrecadação sendo repartida entre a esfera federal (Contribuição sobre Bens e Serviços, CBS) e as esferas estadual e municipal (Imposto sobre Bens e Serviços, IBS). Algumas regras, no entanto, ainda precisam ser regulamentadas.
“Ela [reforma] tem o benefício de simplificar. Ela desonera totalmente exportação, desonera totalmente investimento. Então estimula a crescer a exportação e o investimento. Os estudos do Ipea [Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada] mostram que, em 15 anos, ela aumentar 12% ao PIB, crescerem em 14% os investimentos e em 17% as exportações”, destacou Alckmin. Ele lembrou que a implementação das medidas será gradativa.
As declarações do vice-presidente foram dadas após encerramento do 17º Congresso do Transporte Rodoviário de Cargas da Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Estado de São Paulo, em Campos do Jordão. Ele também destacou a importância do setor, ressaltando que a circulação de quase três quartos da riqueza brasileira é feita por transportadores de carga.
“O governo do presente Lula está recuperando as rodovias, já melhorou a qualidade das BRs com investimento recorde, e o PAC [Programa de Aceleração do Crescimento] vai trazer ainda mais investimento. Acabei de chegar da Arábia Saudita e da China. O Brasil deve aumentar bastante as exportações, e vamos precisar bastante do transporte de toda essa riqueza”, concluiu Geraldo Alckmin.
Mais notícias
-
Economia11h06 de 19/11/2025
Dólar opera em alta, com ata do Fed e dados de emprego no Brasil em foco
Volta da divulgação de dados sobre a economia americana após o fim da paralisação movimenta o mercado
-
Economia21h00 de 18/11/2025
Economia brasileira cresce apenas 0,1% no 3º trimestre de 2025
Estagnação dos serviços e do consumo das famílias explica grande parte do resultado; entenda
-
Economia15h05 de 18/11/2025
Saiba como evitar golpes e garantir compras seguras na Black Friday
Advogado orienta sobre propaganda enganosa, arrependimento, fraudes e atrasos na entrega durante o período de promoções
-
Economia10h43 de 18/11/2025
Dólar opera em alta após operação da PF e prisão do dono do Banco Master
Nos EUA, investidores seguem aguardando o retorno da divulgação de dados econômicos do país após o fim da paralisação
-
Economia18h44 de 17/11/2025
PIS/Pasep muda em 2026 e abono deve alcançar menos trabalhadores; entenda
Projeções do governo indicam que, até 2035, o abono será restrito a quem recebeu até 1,5 salário mínimo por mês
-
Economia11h50 de 17/11/2025
Atividade econômica do Brasil cai 0,2% em setembro, diz BC
No terceiro trimestre, de julho a setembro, a redução chegou a 0,9%
-
Economia11h02 de 17/11/2025
Boletim Focus reduz projeção da inflação ao ano para 4,46%, abaixo do teto da meta
PIB e dólar apresentam estabilidade na nova edição do relatório
-
Economia10h29 de 17/11/2025
Dólar opera em alta com dados dos EUA e Brasil em foco
Expectativas estão altas para a retomada da divulgação de dados oficiais dos EUA após o fim da paralisação
-
Economia21h00 de 14/11/2025
Ibovespa encerra semana em alta e soma ganho de 2,39%; dólar recua levemente
Cenário doméstico influenciou o humor do mercado
-
Economia13h23 de 14/11/2025
Plano Brasil Soberano já aprovou R$ 7,6 bilhões em créditos para empresas
Montante é destinado para empresas que foram afetadas pelo tarifaço americano











