Publicado em 11/03/2024 às 15h44.

Após ano desafiador, Arezzo decide mudar posicionamento da Schutz

Avanço de um dígito da receita da Schutz em 2023, após uma alta de 38% no exercício anterior, foi um caso isolado entre as principais marcas do grupo Arezzo

Redação
Foto: Arezzo

 

O grupo Arezzo (ARZZ3) decidiu mudar o posicionamento da Schutz, uma das suas principais marcas, disse o CEO da companhia, Alexandre Birman, em conversa com analistas na última sexta-feira (8). A mudança acontece depois de um ano em que a marca passou por troca na gestão, queda do faturamento no mercado externo e fechamento de duas lojas nos Estados Unidos.

A companhia possui um total de 20 marcas de sapatos, bolsas e roupas. Executivos da Arezzo foram questionados por analistas sobre um eventual risco de “canibalização” (perda de receita com a competição entre as próprias marcas) e sobre a necessidade de simplificação do portfólio da maior house of brands de moda do Brasil.

No ano passado, a Schutz teve uma receita global de R$ 1,1 bilhão, abaixo do R$ 1,2 bilhão reportado em 2022. Citando o impacto da “retração das lojas de departamento” no mercado internacional, a Arezzo encerrou as lojas da marca em Nova York (Madison Avenue) e em Los Angeles (Beverly Hills), em dezembro, de acordo com informações da Bloomberg Línea.

No início deste ano, a Arezzo contratou uma agência italiana de branding para “resgatar a essência” da grife, o que inclui uma remodelação arquitetônica das lojas, a redução na oferta de produtos com elevação do preço médio entre 15% e 20% e a inclusão da Schutz em outras categorias, a fim de explorar mais o conceito de lifestyle.

O encerramento das duas unidades da Schutz nos EUA foi uma medida pontual em um contexto mais amplo, dado que o grupo abriu mais lojas do que fechou no ano passado, totalizando 1.062 unidades entre próprias e franqueadas ao fim do exercício, acima dos 1.013 do final de 2022. A Arezzo registrava ainda 7.878 pontos multimarcas no final de dezembro. Em 2023, tinha 5,6 milhões de clientes.

Birman fundou a Schutz em 1995, aos 18 anos de idade. “Vamos fazer a marca resgatar o desejo de moda que ela sempre teve, mas que foi se perdendo.”

O relatório mencionou que Schutz teve o desempenho mais fraco do portfólio e que o aumento da margem bruta decorrente do mix de canais de vendas (mais D2C, direto ao consumidor) e de mais produtos vendidos com preço cheio compensaram parcialmente as despesas mais altas e a queda da margem Ebitda, negativa em 5,7% nos seus negócios fora do Brasil, depois de uma margem positiva de 6,4% em 2022.

Por sua vez, o BTG Pactual manteve sua recomendação de compra para o papel, com preço-alvo de R$ 80. Em seu relatório, o time de equity research do banco de investimento avaliou que a performance da ação da Arezzo deverá ser ditada pelo andamento do processo de fusão com o Grupo Soma e com a captura de sinergias com a integração de marcas, sistemas, processos e culturas organizacionais. Na última sexta-feira (8), depois da divulgação do resultado e da teleconferência com analistas, a ação ARZZ3 fechou com leve alta de 0,26%, cotada a R$ 58,87. No ano, a desvalorização é da ordem de 6%.

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