Bahia lidera crescimento do turismo doméstico em 2024
Estado registra maior aumento absoluto de viagens, mais domicílios com turistas e alta na receita do setor, na contramão do cenário nacional

Diferentemente do que ocorreu no Brasil como um todo, o turismo doméstico seguiu em alta na Bahia entre 2023 e 2024. O estado se manteve como o 3º principal destino turístico dos brasileiros, apresentando o maior aumento absoluto do número de viagens e o maior ganho de participação no total de deslocamentos nacionais, de um ano para o outro.
Também teve o maior crescimento absoluto no número de domicílios onde alguém viajou e a 2ª maior alta absoluta da receita total com turismo. O gasto médio por viagem destinada à Bahia também aumentou entre 2023 e 2024. Com isso, o estado sustentou a 2ª maior receita total com viagens nacionais e o 3º maior gasto médio por viagem doméstica.
Entre 2023 e 2024, o número de viagens nacionais que tiveram a Bahia como principal destino, incluindo as realizadas dentro do próprio estado, cresceu pelo terceiro ano consecutivo, aumentando 7,6%, de 1,851 milhão para 1,991 milhão — o que representou mais 140 mil viagens no período.
O aumento absoluto do número de viagens com destino à Bahia (+140 mil) foi o maior entre as unidades da Federação. Levou o total de viagens ao estado ao patamar mais alto da série histórica da PNADC Turismo, iniciada em 2019, e manteve a Bahia como o 3º destino mais procurado do turismo doméstico, atrás apenas de São Paulo (4,353 milhões de viagens em 2024, 343 mil a menos que em 2023) e Minas Gerais (2,029 milhões, 75 mil a menos que no ano anterior).
Também fez a Bahia registrar o maior ganho de participação, como destino, no total de viagens realizadas no Brasil: de 9,3% em 2023 para 10,0% em 2024.
A Bahia foi, ainda, um dos nove estados para os quais o número de viagens domésticas em 2024 (1,991 milhão) foi maior (+14,1%) do que em 2019 (1,745 milhão), mostrando avanço frente ao período pré-pandemia.
O aumento do turismo doméstico para a Bahia foi na contramão do que ocorreu no Brasil como um todo, onde o número de viagens nacionais teve variação negativa (-0,5%) entre 2023 e 2024, de 19,981 milhões para 19,888 milhões (menos 93 mil em um ano). O total de viagens domésticas realizadas pela população brasileira, em 2024, continuou menor (-1,2%) que o registrado antes da pandemia, em 2019, quando haviam sido feitas 20,136 milhões de viagens.
Entre 2023 e 2024, houve aumento no número de viagens nacionais com destino a 17 das 27 unidades da Federação. Em termos absolutos, abaixo da Bahia (+140 mil), os maiores crescimentos ocorreram no Paraná (+104 mil) e em Pernambuco (+100 mil). No outro extremo, São Paulo (menos 343 mil viagens), Rio Grande do Sul (-136 mil) e Goiás (-89 mil) tiveram as maiores quedas.
O total de viagens que tinham a Bahia como origem, ou seja, realizadas por pessoas que moravam no estado, também aumentou pelo segundo ano consecutivo. Passou de 1,611 milhão em 2023 para 1,803 milhão em 2024, o que representou mais 192 mil viagens (+11,9%) em um ano. Desse total, 1,786 milhão (99,1%) foram domésticas e 17 mil (0,9%) internacionais.
Esse resultado do estado também foi melhor que o nacional. A população brasileira realizou 20,576 milhões de viagens em 2024, discretamente menos (-0,1% ou menos 25 mil viagens) que em 2023 (20,601 milhões). Enquanto as viagens domésticas (19,888 milhões) diminuíram, as internacionais tiveram um aumento de 11,0%, passando de 620 mil para 688 mil, entre um ano e outro.
Mais domicílios com viajantes
De 2023 a 2024, a Bahia teve o maior aumento absoluto do número de domicílios em que alguém viajou (+117 mil), chegando a 22,4% do total. Além do maior número de viagens chegando e saindo do estado, também seguiu aumentando, pelo segundo ano consecutivo, o número e a proporção de domicílios em que alguma pessoa viajou.
Em 2024, alguém viajou em 22,4% dos domicílios da Bahia, ou seja, 1 em cada 5, representando 1,246 milhão de residências. Houve um crescimento de 10,4% frente a 2023, quando somavam 1,129 milhão. Esse avanço representou o maior crescimento absoluto entre os estados. Com isso, a Bahia passou a ter a 6ª maior proporção de domicílios em que alguém viajou, subindo três posições no ranking — ficava em 9º lugar em 2023 (21,0%).
O percentual de domicílios com viagem no estado se manteve acima do nacional. Em 2024, houve ao menos uma viagem em 19,3% dos domicílios brasileiros (15,029 milhões). No Brasil, a proporção caiu frente a 2023, quando era de 19,8%.
O Distrito Federal manteve a liderança nesse indicador em 2024 (26,7%), seguido por Tocantins (25,5%) e Paraná (24,4%). Já as menores proporções estavam no Acre (7,7%), Amapá (8,4%) e Rondônia (9,9%). Apesar da alta, a proporção de domicílios em que alguém viajou em 2024 ainda não havia voltado ao patamar pré-pandemia, nem na Bahia, nem no Brasil, nem na maioria dos estados.
No país, a porcentagem (19,3%) ficou 2,5 pontos abaixo de 2019 (21,8%). Na Bahia, a diferença foi menor: 22,4% em 2024 contra 22,6% em 2019. Somente Distrito Federal (26,7% contra 22,7%) e Alagoas (11,8% contra 11,4%) tiveram, em 2024, proporção de domicílios com viagem maior que em 2019.
Receita do turismo e gasto médio
A receita com turismo cresceu 15,4% na Bahia, chegando a R$ 2,8 bilhões em 2024. O gasto médio por viagem ao estado aumentou 5,2%, alcançando R$ 2.711. Em 2024, os gastos totais em viagens nacionais para a Bahia com pernoite somaram R$ 2,832 bilhões, o 2º maior valor do país, abaixo apenas de São Paulo (R$ 4,398 bilhões). O crescimento foi de 15,4% frente a 2023 (R$ 2,454 bilhões).
O aumento absoluto da receita turística da Bahia, de R$ 377,4 milhões, foi o 2º mais alto entre os estados, abaixo apenas de Santa Catarina (+R$ 420,7 milhões, +28,4%), que chegou a R$ 1,901 bilhão em 2024, o 4º maior valor nacional.
No Brasil, o gasto total com viagens chegou a R$ 22,811 bilhões, alta de 11,7% frente a 2023 (R$ 20,430 bilhões). Entre as 27 unidades da Federação, 20 tiveram alta. As maiores quedas foram no Rio Grande do Sul (-R$ 77,2 milhões), Piauí (-R$ 55,6 milhões) e Rio Grande do Norte (-R$ 41,9 milhões).
Já o gasto médio por viagem com destino à Bahia foi de R$ 2.711 em 2024, alta de 5,2% frente a 2023 (R$ 2.565), mantendo o 3º valor mais elevado do país, atrás apenas de Alagoas (R$ 3.790) e Ceará (R$ 3.006).
No Brasil, o gasto médio por viagem doméstica foi de R$ 1.843 em 2024, alta de 8,0% frente a 2023 (R$ 1.706). O valor cresceu em todas as 27 unidades da Federação.
Motivos das viagens
Na Bahia, em 2024, viagens a lazer foram as que mais ganharam participação, mas cuidar da saúde continuou sendo o principal motivo. As viagens pessoais representaram 86,9% do total em 2024 (1,566 milhão), frente a 85,7% em 2023. O principal motivo foi tratamento de saúde ou consulta médica: 36,4% das viagens pessoais (570 mil). Apesar da queda frente a 2023 (38,7%), o estado manteve o 4º maior percentual do país.
O segundo motivo mais citado foi visita a familiares ou amigos, razão de 26,9% das viagens (421 mil), contra 28,3% em 2023. Já o lazer foi o motivo que mais ganhou participação: passou de 23,9% em 2023 para 26,5% em 2024 (415 mil). Nacionalmente, o lazer liderou (39,8%), seguido por visitas a familiares/amigos (32,2%).
Transportes e hospedagem
Os meios de transporte mais usados por moradores da Bahia se mantiveram os mesmos, mas o carro particular seguiu perdendo espaço. Em 2024, 40,3% das viagens foram feitas de carro (727 mil), contra 41,5% em 2023. Em seguida, vieram os ônibus de linha: 23,6% (426 mil), em alta frente a 23,1% em 2023. A Bahia lidera em número e proporção de viagens por esse meio.
Também cresceram as viagens de van/perueiro (de 8,3% para 9,3%), de motocicleta (de 2,0% para 2,5%) e outros meios (de 14,0% para 14,5%). Já o avião caiu de 6,4% para 5,8%, mantendo-se como o 5º meio mais utilizado. Ônibus fretados também recuaram (de 4,8% para 3,9%). Quanto à hospedagem, a casa de amigos ou parentes seguiu em 1º lugar, mas caiu de 41,5% em 2023 para 41,2% em 2024 (743 mil).
O destaque foi a hospedagem em “outros locais” (como hostel, camping ou ausência de pernoite), que subiu de 36,3% para 40,1% (723 mil).
Motivos para não viajar
Em 2024, não ter dinheiro seguiu como principal razão para não viajar, aumentando sua participação frente a 2023. A proporção de domicílios baianos onde ninguém viajou caiu de 79,0% em 2023 para 77,6% em 2024, ainda equivalente a 4,305 milhões de residências. O índice ficou abaixo da média nacional (80,7%), como em todos os cinco anos da série histórica.
A principal justificativa foi a falta de dinheiro, apontada em 42,7% dos domicílios (1,837 milhão). Em 2023, era 41,2%. No Brasil, o índice foi de 39,2% (24,6 milhões). O Maranhão foi o único estado onde o principal motivo não foi a falta de dinheiro, mas “não ter necessidade” (35,3%). Na Bahia, “não ter necessidade” foi o 2º motivo (26,1%, ou 1,123 milhão), seguido de “não ter tempo” (11,6%, ou 501 mil).
“Não ter interesse” caiu de 9,3% em 2023 para 8,1% em 2024, permanecendo como 4ª razão mais citada.
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