Publicado em 22/07/2024 às 14h00.

Como a Boeing planeja sair da maior crise de sua história?

Após acidentes fatais, atrasos de entregas e falhas de segurança em peças, fabricante de aviões busca reestruturação que levará anos, diz chefe da divisão de aeronaves comerciais

Redação
Foto: Redes sociais

 

A Boeing (BA) quer promover uma “mudança transformacional” em suas fábricas e em sua cultura, com base no feedback dos clientes, dos órgãos reguladores e, em grande parte, dos funcionários, disse a chefe da divisão de aeronaves comerciais da fabricante de aviões.

De acordo com informações do portal Bloomberg Línea, a reestruturação levará anos para ser concretizada e exigirá o apoio dos clientes que foram prejudicados pelos atrasos e pelas falhas de qualidade da Boeing, reconheceu Stephanie Pope em sua primeira entrevista coletiva desde que assumiu o cargo como parte de uma reestruturação no início deste ano.

A empresa tem visto uma melhora na produção do 737, o que ajudará a um aumento “significativo” nas taxas de produção de seu avião mais importante, depois de meses de produção lenta, afirmou Pope aos repórteres na véspera do Farnborough International Air Show, o principal evento do setor.

A fabricante de aviões tenta sair de uma nova crise desde um acidente ocorrido em janeiro com um 737 Max, em que a porta se soltou durante um voo da Alaska Airlines. Pope ressaltou que passou seus primeiros quatro meses em observação e busca de conhecimento da operação.

A executiva tem levado os clientes para a fábrica da Boeing em Renton, com o objetivo de mostrar os principais indicadores de produção, peças que chegam atrasadas e o tempo real de fabricação.

“Eles têm sido muito engajados, envolvidos e francos com nosso feedback. Ainda assim, isso não tira o fato de que os decepcionamos e impactamos seus negócios”, disse ela sobre a iniciativa.

Os órgãos reguladores e as companhias aéreas só vão acreditar nas mudanças da Boeing quando a produção nas fábricas estiver estabilizada e os clientes começarem a receber suas aeronaves conforme o programado, pontuou Nick Cunningham, analista da Agency Partners.

“O problema para a Boeing é que ela não terá o benefício da dúvida por um motivo óbvio”, afirmou Cunningham.

A primeira etapa do processo seria convencer os órgãos reguladores dos Estados Unidos a aprovarem o aumento da taxa de produção do 737 acima do limite atual de 38 jatos por mês – e depois a Boeing realmente atingir essa taxa, disse Cunningham.

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