Publicado em 10/10/2025 às 13h56.

Dólar dispara e Ibovespa cai após declarações de Trump sobre a China

Tensão entre Estados Unidos e o país asiático abala os mercados globais

Redação
Imagem: Pexels

 

 

O dólar intensificou a alta na tarde desta sexta-feira (10), em meio a uma nova onda de preocupação nos mercados internacionais após declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre a China.

Dólar

Às 13h22, a moeda norte-americana subia 2,06%, cotada a R$ 5,487. Mais cedo, às 12h55, o avanço era de 1,86%, com o dólar negociado a R$ 5,475. A máxima do dia chegou a R$ 5,493, enquanto a mínima foi de R$ 5,362.

Na véspera, o dólar havia encerrado em alta de 0,58%, a R$ 5,375. Com o movimento, a moeda acumula ganho de 0,99% em outubro, mas ainda registra queda de 13,02% frente ao real em 2025.

Ibovespa

O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3), que começou o dia em alta, inverteu o sinal e passou a cair com força. Às 13h25, o índice recuava 0,75%, aos 140,6 mil pontos.

No pregão anterior, havia fechado em baixa de 0,31%, aos 141,7 mil pontos. No acumulado do mês, o índice registra queda de 3,1%, mas ainda mantém alta de 17,81% no ano.

Trump ameaça a China

O presidente Donald Trump afirmou que a Casa Branca estuda impor “tarifas massivas” contra a China e disse não ver “razão” para se reunir com o presidente Xi Jinping, contrariando expectativas recentes de um encontro entre os dois líderes.

Na quinta-feira (9), Pequim reforçou o controle sobre exportações de terras raras e tecnologias relacionadas, alegando que busca restringir o envio de materiais estratégicos para empresas estrangeiras de defesa e de semicondutores. As novas regras exigem aprovação do governo chinês para exportar ímãs com componentes de terras raras ou produzidos com tecnologia desenvolvida no país.

Mercado monitora Lula, Haddad e Galípolo

Nesta sexta-feira, as atenções também se voltam às declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que participaram de um evento da Caixa Econômica Federal em São Paulo, ao lado do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo.

Durante a cerimônia, foi apresentado um novo modelo de crédito imobiliário, que o governo classifica como uma mudança estrutural no uso da poupança para impulsionar o crédito habitacional.

Segundo o Palácio do Planalto, a medida modernizará as regras do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), tornando o uso da poupança mais eficiente e ampliando a oferta de financiamento imobiliário.

Lula afirmou que existe uma “indústria de jogar desconfiança” sobre o noticiário econômico. “Se você pegar as notícias sobre desenvolvimento no Brasil, quase não vê destaque. Mas se for sobre déficit fiscal, aparece todo dia”, ironizou o presidente.

“As pessoas não percebem que ninguém neste país trata as contas públicas com mais responsabilidade do que quem está no governo”, completou.

Fim da guerra em Gaza

No cenário internacional, o principal destaque da semana é o acordo de paz entre Israel e o Hamas, que promete encerrar dois anos de conflito na Faixa de Gaza. O cessar-fogo, mediado pelo presidente Donald Trump, começou nesta sexta-feira.

O plano de paz, apresentado em 29 de setembro e aceito por ambas as partes após dez dias de negociações no Egito, prevê o fim imediato dos combates, o desarmamento do Hamas, a criação de uma nova administração para Gaza e o envio de forças internacionais de paz.

Cenário global

Nos Estados Unidos, o mercado aguarda a divulgação dos dados preliminares do Índice de Confiança do Consumidor de outubro, elaborado pela Universidade de Michigan. A expectativa é de leve queda, de 55,1 para 54,2 pontos.

O presidente do Federal Reserve de Saint Louis, Alberto Musalem, também discursa nesta sexta-feira, e investidores acompanham suas declarações em busca de sinais sobre os próximos passos da política monetária americana.

França e Japão preocupam investidores

Na Europa, a crise política na França segue no radar. O presidente Emmanuel Macron deve anunciar um novo primeiro-ministro após a renúncia de Sébastien Lecornu, que deixou o cargo depois de menos de um mês, agravando a instabilidade política.

Já no Japão, as declarações da futura primeira-ministra Sanae Takaichi geraram apreensão. Ela defendeu um alinhamento entre o governo e o Banco Central, o que foi interpretado como possível interferência na política monetária.

Takaichi, líder do Partido Liberal Democrata, é favorável à expansão fiscal e afirmou que “qualquer decisão do Banco Central deve estar alinhada aos objetivos do governo”. A posição provocou receio de que o país possa enfrentar nova pressão inflacionária.

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