Dólar hoje opera em baixa após decisão Copom e leilões do BC
BC fará dois leilões de venda de dólares com compromisso de recompra na manhã desta quinta-feira (12)

O dólar operava em baixa ante o real nesta quinta-feira (12), caminhando para terceira queda consecutiva, com investidores digerindo a decisão do Copom de elevar a Selic para 12,25%, aleḿ da indicação do Banco Central (BC) de mais dois aumentos de 1 ponto percentual.
De acordo com informações do portal InfoMoney, o Banco Central vendeu nesta quinta-feira um total de 4 bilhões de dólares em dois leilões com compromisso de recompra realizados durante a manhã, informou a autarquia.
No leilão de linha A, que ocorreu de 10h20 às 10h25 e terá como data de recompra o dia 4 de fevereiro de 2025, o BC aceitou quatro propostas no valor total de 2 bilhões de dólares, a uma taxa de corte de 6,481%.
No leilão de linha B, realizado de 10h35 às 10h40 e que terá como data de recompra o dia 2 de abril de 2025, o BC aceitou quatro propostas no valor total de 2 bilhões de dólares, a uma taxa de corte de 6,156%.
Ambas as vendas foram realizadas com base na taxa de câmbio da Ptax das 10h, que marcava 5,9036 reais.
Qual é a cotação do dólar hoje?
Às 11h53, o dólar à vista caía 0,49%, a 5,939 reais na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento tinha baixa de 0,87%, a 5,913 reais na venda.
Dólar comercial
Compra: R$ 5,938
Venda: R$ 5,939
Dólar turismo
Compra: R$ 6,103
Venda: R$ 6,283
O que acontece com dólar hoje?
O Banco Central acelerou na quarta-feira o ritmo de aperto nos juros ao elevar a taxa Selic em 1 ponto percentual, a 12,25% ao ano, e surpreendeu ao prever mais duas altas da mesma magnitude à frente, após citar risco de piora da dinâmica inflacionária a partir do anúncio de medidas fiscais pelo governo.
“Diante de um cenário mais adverso para a convergência da inflação, o Comitê antevê, em se confirmando o cenário esperado, ajustes de mesma magnitude nas próximas duas reuniões”, pontuou o Copom em comunicado que mostrou que a decisão foi tomada de forma unânime pelo colegiado.
O movimento realizado pelo Copom era esperado pelo mercado de juros futuros, com operadores na véspera precificando 70% de chance de uma alta de 1 ponto na taxa. A sinalização para as duas próximas reuniões, no entanto, pegou os investidores de surpresa.
Além do fato de o BC vir evitando o fornecimento de um “guidance” para seus encontros futuros desde que interrompeu seu ciclo de afrouxamento monetário em junho deste ano, alegando incertezas no cenário econômico, os analistas não previam duas altas da mesma magnitude no próximo ano.
Na última pesquisa Focus, a mediana das projeções de economistas consultados pelo BC indicava altas de 0,75 e 0,5 pontos nas duas primeiras reuniões da autarquia em 2025, além de preverem um aumento de 0,75 ponto para o encontro desta semana.
“A elevação em 1 ponto foi já um posicionamento duro. Mas não satisfeito, o BC contratou mais duas altas de 1 ponto… Foi uma bela sinalização, um gol de placa que contrata uma valorização do real”, disse Matheus Spiess, analista da Empiricus Research.
A elevação da Selic aumenta o diferencial de juros do Brasil com as taxas de países com moedas fortes, como o caso dos Estados Unidos, em que o Federal Reserve está em um ciclo de afrouxamento monetário e deve reduzir os juros na próxima semana.
Nesse cenário o real fica mais atrativo para investidores estrangeiros.
Analistas também apontaram que a decisão do BC concretiza a mensagem das autoridades de que pretendem reancorar as expectativas de inflação, o que fornece credibilidade à instituição e também valoriza a moeda brasileira.
“A decisão foi unânime, o que é importante para manter a credibilidade da política monetária brasileira… O BC está se esforçando bastante para alinhar as expectativas dos investidores justamente para o período em que (Gabriel) Galípolo virará o presidente da autarquia”, afirmou Leonel Mattos, analista de Inteligência de Mercado da StoneX.
Ainda pela manhã, o mercado de câmbio deve ser impactado pela realização de dois leilões de venda de dólares com compromisso de recompra pelo BC, em que ofertará até 2 bilhões de dólares em cada um deles, na primeira intervenção cambial desde o mês anterior.
No exterior, o dólar foi negociado em uma faixa estreita na quinta-feira, após atingir uma máxima de duas semanas na sessão anterior, apoiado por um aumento nos rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA, mesmo com os participantes do mercado apostando que o Federal Reserve dos EUA cortará as taxas de juros na próxima semana.
O relatório do índice de preços ao consumidor (CPI) de quarta-feira para novembro mostrou um aumento de 0,3%, o maior ganho desde abril, após avançar 0,2% por quatro meses consecutivos.
Os mercados agora veem uma probabilidade de 98,6% de que o Fed cortará as taxas em 25 pontos-base em sua reunião de 17 e 18 de dezembro, em comparação com 78,1% há uma semana, mostrou a ferramenta CME FedWatch.
Os participantes do mercado receberão mais dados sobre a inflação dos EUA, quando o índice de preços ao produtor (IPP) for publicado.
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