Dólar hoje salta 1,4% e bate R$ 5,86 com temores fiscais e eleição dos EUA em foco
EUA criaram apenas 12 mil vagas de trabalho fora do setor agrícola no mês de outubro

O dólar comercial acelera os ganhos durante a tarde desta sexta-feira (1°), avança mais de 1% e chega a ultrapassar os R$ 5,86 com temor fiscal, novos dados de atividade econômica por aqui e as eleições presidenciais em foco, revertendo o movimento de mais cedo após os dados do mercado de trabalho americano, de acordo informações do portal InfoMoney.
Qual a cotação do dólar hoje?
Às 15h48 (horário de Brasília), o dólar comercial operava em alta de 1,40%, cotado a R$ 5,862 na venda. Na B3 o contrato de dólar futuro para dezembro DOLc1 subia 1,24%, a 5.881 pontos.
Na quinta-feira, o dólar à vista fechou o dia em alta de 0,30%, cotado a R$ 5,7815. Este foi o maior valor de fechamento desde 9 de março de 2021, quando encerrou em R$ 5,7927.
O Banco Central (BC) fará nesta sessão leilão de até 14.000 contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 2 de dezembro de 2024.
Dólar comercial
Compra: R$ 5,833
Venda: R$ 5,834
Dólar turismo
Compra: R$ 5,879
Venda: R$ 6,059
O que aconteceu com dólar hoje?
A moeda norte-americana mostrou volatilidade no Brasil, mudando de direção mais de uma vez, à medida que agentes financeiros digeriam o conjunto de fatores externos e domésticos que influenciavam o mercado local.
Após abrir a sessão em alta, o dólar chegou a perder momentaneamente ante o real após a divulgação de um relatório de emprego mais fraco do que o esperado nos Estados Unidos (EUA), o que derrubou os rendimentos dos Treasuries e consolidou apostas de cortes na taxa de juros do Federal Reserve.
O Departamento de Trabalho dos EUA informou que os empregadores do país criaram 12.000 postos de trabalho em outubro, de 223.000 no mês anterior, em dado afetado por furacões recentes e greves trabalhistas, particularmente a paralisação na Boeing BA.N. Economistas consultados pela Reuters projetavam a criação de 113.000 vagas.
Apesar de o relatório também mostrar que a taxa de desemprego nos EUA se manteve em 4,1% no mês, os mercados reagiam com a percepção de um mercado de trabalho mais enfraquecido, em uma reversão do que vinha se projetando nas sessões anteriores.
Operadores passaram a precificar quase completamente, com 98% de chance, um corte de 25 pontos-base nos juros pelo Fed na próxima semana. Antes dos dados, a probabilidade estava em 89%.
A valorização do real não conseguiu se sustentar. Segundo analistas ouvidos pela Reuters, os principais motivos para a permanência do dólar em patamares tão altos no Brasil são a preocupação dos investidores com a cena fiscal e a aproximação da eleição presidencial dos EUA.
“Com a eleição norte-americana na reta final e sem qualquer perspectiva para o plano de contingenciamento de gastos do governo brasileiro, parece não haver um único motivo para que o dólar volte a cair”, disse Eduardo Moutinho, analista de mercados do Ebury Bank.
Em relação à questão fiscal, as preocupações do mercado poderiam ser melhor observadas na curva de juros brasileira, com as opções de vencimento de prazo mais longo subindo de forma acentuada, após terem recuado mais cedo acompanhando a queda nos rendimentos dos Treasuries.
Investidores aguardam o anúncio de prometidas medidas de contenção de gastos pelo governo visando garantir a sustentação do arcabouço fiscal.
Sobre a disputa pela Casa Branca, os mercados de apostas têm se inclinado para uma vitória do ex-presidente Donald Trump, cujas promessas econômicas são consideradas inflacionárias, o que poderia manter os juros altos nos EUA e, consequentemente, valorizar o dólar.
“Os mercados estão se preparando para uma vitória republicana na Casa Branca e no Congresso, o que inegavelmente apoiaria o dólar… Vale ressaltar a possibilidade de atraso na contagem de votos. Esse seria, sem dúvidas, o pior dos cenários para as moedas emergentes, gerando incerteza e mais volatilidade”, afirmou Moutinho.
Minutos depois de atingir a mínima da sessão no Brasil, o dólar ultrapassou a marca de R$ 5,80, o que já havia feito no início das negociações, marcando a primeira vez que a divisa dos EUA passa essa marca durante a sessão desde 5 de agosto.
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