‘Governador não escalonou fechamento de atividades e quer culpar bares e restaurantes’
Declaração é de Silvio Pessoa, presidente da FeTUR e do sindicato da categoria; empresários baianos reclamam de medidas adotadas pelo Estado sem diálogo com setor

Representantes de entidades ligadas às atividades econômicas na Bahia têm demonstrado insatisfação com as recentes medidas restritivas adotadas pelo governador Rui Costa (PT), que tenta barrar o avanço da Covid-19 no estado.
Em entrevista ao bahia.ba nesta quinta-feira (4), o presidente da FeTUR (Federação Baiana de Turismo e Hospitalidade) e do SHRBS (Sindicato dos Hotéis, Restaurantes Bares e Similares de Salvador e Litoral Norte), Silvio Pessoa, relatou algumas das principais discordâncias, incluindo a falta de escalonamento ao adotar as restrições.
“O governador não escalonou o fechamento das atividades e, pior, quer colocar a culpa em bares e restaurantes. A pandemia existe, a gente tem que combater, mas não pode colocar a categoria econômica como culpada. Deveria ter tido o escalonamento com as ruas fechando às 18h, os shoppings às 20h ou 21h, o restaurante entre 20h e 23h. Não pode jogar todo mundo dentro de um ônibus como fez”, afirmou.
Na análise de Silvio, um dos grandes focos de disseminação do novo coronavírus é o transporte público. “O governador quer colocar bares e restaurantes como se fosse vilões. Vilões são os paredões, as varandas gourmet, festas escondidas e as aglomerações. E, principalmente, o transporte público. O ônibus é uma verdadeira sardinha. Se fosse verdade que somos os grandes vilões, porque nossos funcionários não ficam infectados?”, questionou.
À reportagem, o empresário reforçou que os estabelecimentos têm seguido todas as determinações de saúde e sanitárias recomendadas, sendo também fiscalizados com frequência. “Investimos em equipamentos, seguimos os protocolos da vigilância sanitária, de comitês científicos. Somos fiscalizados, e colocam a culpa na gente. Nessas restrições o governador agiu por conta própria, sem dialogar”, disse.
De acordo com Silvio Pessoa, houve apenas o diálogo com o prefeito de Salvador, Bruno Reis (DEM). “Acordamos que, ao invés de quarta (3), tudo voltaria ao normal na segunda-feira (8). Ficamos uma semana pagando nosso pedágio para contribuir. Mas o governador, sem combinar com ninguém, coloca medidas restritivas para fechar 18h e, no fim de semana, lei seca. Sabemos que 50% dos estabelecimentos funcionam à noite. Os empréstimos que conseguimos para pagar as dívidas após um ano de fechamento estão sendo cobrados agora”, declarou.
O presidente da FeTUR também criticou o Estado sobre a ampliação do número de leitos para pacientes com Covid-19. “Espero que rebara a Fonte Nova, que já deveria ter reaberto há muito tempo. Disse que era sexta, depois mudou para segunda, e ainda nada. O Hospital Metropolitano está pronto desde outubro, mas ainda não foi aberto. O governador quer jogar [a culpa] para a torcida e não quer jogar a sua parte”.
Mais cedo, o governador da Bahia voltou a falar sobre a grave situação pela qual o estado passa, sinalizando que cenas dramáticas poderão ser presenciadas nas próximas semanas. “Nós estamos a um passo disso, vários estados brasileiros. É questão de tempo, de semanas. O efeito é cascata e vai alcançar todos os estados. A situação vai se espalhando. É difícil não presenciar essas cenas dramáticas. Exceto se a gente conseguisse vacinar em uma semanas, 15 dias, um grupo substantivo de idosos, que são as pessoas que, ao fim e ao cabo, vão parar nas UTIs”, disse Rui Costa.
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