Governo pode ampliar participação no PPE para conter demissões
Em entrevista a jornalistas, ministro Ronaldo Nogueira informou que está revendo programa e analisando alternativas como aumento dos recursos oriundos do FAT

O Planalto avalia ampliar o subsídio dado no programa de proteção ao emprego (PPE), para assegurar postos de trabalho enquanto as empresas não saem da crise, disse nesta sexta-feira (19) o ministro do Trabalho e Emprego do governo interino, Ronaldo Nogueira.
“Vamos dialogar com as empresas. Pretendemos rediscutir o PPE para que o programa seja mais abrangente, inclusive no sentido de, se possível, aprimorar a participação dos investimentos, assegurando o trabalhador no emprego nesse período em que a crise é mais aguda”, afirmou Nogueira, após participar de reunião com diretores do sindicato dos metalúrgicos do ABC paulista, na sede da entidade em São Bernardo do Campo.
Em entrevista a jornalistas, o ministro informou que está revendo o PPE e analisando alternativas que incluem ampliar os recursos vindos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), hoje usados no programa para bancar 50% da redução dos custos salariais das empresas participantes – o que reduz pela metade o impacto nos vencimentos do empregado.
“A economia dá sinais de recuperação, mas a recuperação não é de curto prazo. É fundamental manter o emprego”, disse Nogueira, que, na entrevista, frisou a importância da preservação de empregos e salários na dinâmica do consumo. “A saída da crise passa pela mão do trabalhador. O trabalhador vai surpreender o Brasil.”
Pouco após as declarações do ministro, o presidente do sindicato dos metalúrgicos do ABC, Rafael Marques, disse que a proposta em discussão envolve aumentar de 50% para 75% a participação do governo no programa. Nesse formato, o impacto nos salários dos trabalhadores seria menor, abrindo o caminho para acordos igualmente mais vantajosos para os empregadores.
Hoje, se a empresa acerta uma redução de jornada de 20% – ou seja, um dia a menos de trabalho por semana –, os vencimentos de seus empregados são diminuídos em 10%, já que os outros 10% são bancados pelo governo.
Pela proposta em discussão, seria possível fechar acordos que reduziriam jornadas e custos salariais das companhias em 30%, com uma perda salarial menor para os funcionários: 7,5%, já que os 22,5% restantes (ou 75% do corte negociado) ficariam na conta do governo.
“Isso poderia fazer a Mercedes, por exemplo, pensar melhor e não demitir”, disse Marques, referindo-se à montadora de caminhões, que já enviou telegramas com comunicado de demissões a trabalhadores de seu parque industrial em São Bernardo.
Segundo o sindicalista, em seis meses o governo desembolsou R$ 78 milhões para financiar acordos de PPE fechados no ABC. “Parece muito, mas acho que é pouco para manter empregos e manter a economia girando. Gasta-se muito mais com seguro-desemprego”, comparou.
Além das negociações em torno do PPE, Marques disse que, entre as medidas contra demissões debatidas na esfera estadual, o sindicato propôs ao governo de São Paulo um programa de compensação futura de ICMS a empresas, em especial exportadoras, que se comprometerem a não cortar vagas.
Mais notícias
-
Economia16h30 de 13/11/2025
Dieese: 13º salário vai injetar R$ 369 bi na economia até dezembro
O valor representa 2,9% do PIB e vai beneficiar 95,3 milhões de brasileiros
-
Economia11h40 de 13/11/2025
Safra de grãos da Bahia deve cair 4% em 2026, aponta IBGE
Primeiro prognóstico mostra retração puxada pela soja e pelo milho
-
Economia11h13 de 13/11/2025
Airbnb movimenta R$ 1,9 bilhão em Salvador, segundo estudo da FGV
Plataforma de hospedagem contribuiu com R$ 1,05 bilhão para o PIB municipal em 2024
-
Economia10h48 de 13/11/2025
Crescimento empresarial na Bahia em 2023 foi impulsionado por microempresas
Estado teve saldo positivo de 28,8 mil novas empresas e crescimento de 5,4% no número de trabalhadores
-
Economia21h40 de 12/11/2025
Dólar sobe e fecha a R$ 5,29; Ibovespa interrompe sequência de 12 recordes
moeda norte-americana operou em faixa estreita de variação ao longo do dia
-
Economia11h24 de 12/11/2025
Setor de serviços cresce acima do esperado em setembro com alta de 0,6%
O resultado marca o oitavo mês consecutivo de alta e renova o ápice da série histórica
-
Economia10h24 de 12/11/2025
Dólar opera estável em meio à expectativa sobre o fim da paralisação
No Brasil, o destaque da manhã é a divulgação da Pesquisa Mensal de Serviços pelo IBGE
-
Economia20h40 de 11/11/2025
Dólar recua para R$ 5,27 e Bolsa bate recorde com sequência de 15 altas
Divisa norte-americana atinge o nível mais baixo desde junho do ano passado
-
Economia15h52 de 11/11/2025
Sebrae e governo do Estado celebram acordo de incentivo ao empreendedorismo
Acordo integra órgãos estaduais para reduzir burocracias e melhorar o ambiente de negócios
-
Economia13h23 de 11/11/2025
Brasileiros sacaram R$ 455 milhões em valores esquecidos nos bancos em setembro
No total, o Sistema de Valores a Receber (SVR) já devolveu R$ 12,22 bilhões a clientes bancários











