Ibovespa fecha com leve queda, após apagão cibernético e bloqueio de despesas
Bolsas dos EUA recuam em dia de apagão cibernético global

O Ibovespa (IBOV) acabou com leve baixa de 0,03%, aos 127.616,46 pontos, perda de 35,60 pontos. O dólar comercial acabou subindo 0,30%, a R$ 5,60, após passar o dia em baixa. Os juros futuros avançaram por toda a curva, de acordo com informações do portal InfoMoney.
O detalhamento dos cortes sai só na segunda-feira (22), mas foi a primeira ação prática do governo Lula para mostrar que não é só gastão, não só briga pelo lado da receita e não só se preocupa com a responsabilidade fiscal da boca para fora.
Tiago Sbardelotto, economista da XP, que participou hoje do Morning Call da XP, explicou que o bloqueio de gastos é um reconhecimento do governo de que o tamanho da despesa obrigatória é maior do que se projetava, exigindo reduzir a parcela da despesa discricionária. O mercado respirou aliviado, mas nem tanto. A estimativa da XP é de que seja necessário ter um bloqueio em torno de R$ 16 bilhões até o final do ano. “O governo anunciou R$ 11,2 bilhões, que já é um grande passo. Ajuda bastante. Porque fazer o bloqueio adicional de R$ 6 bilhões é mais fácil”, pontuou.
“Não há muitos motivos para se animar com o anúncio de ontem. Pode até ter sido melhor do que se esperava na véspera; mas claramente é insuficiente para colocar a dívida pública em trajetória sustentável. Medidas estruturais para controle das despesas são indispensáveis. Sem isso não haverá solução”, disse Gino Olivares, economista-chefe da Azimut Brasil.
Apagão
Ainda não há um apagão fiscal no país, mas literalmente houve um nos sistemas eletrônicos de todo o mundo. Muita gente na Internet brincando que o bug do milênio chegou 24 anos e meio atrasado, e meio que foi um problema como o imaginado na virada do milênio. Uma falha de software causou estragos em sistemas de computadores em todo o mundo nesta sexta-feira, suspendendo voos, afetando serviços bancários e até tirando emissoras de TV do ar. Um caos. Os problemas foram causados por um “defeito” em uma “atualização de conteúdo” para o Windows, disse o CEO da Crowdstrike, George Kurtz. “O problema foi identificado, isolado e uma correção foi implementada”, disse.
As ações na Ásia, na Europa e nos Estados Unidos (EUA) sofreram com o caso. Em Wall Street, os principais índices caíram por isso, mas não só por isso. A liquidação das empresas de tecnologia pesou, como aconteceu nos últimos dias. E as incertezas eleitorais seguem no radar, com Trump confirmado como candidato, mas com Biden ainda lutando para convencer de que pode se reeleger, ao mesmo tempo em que vai perdendo apoio dentro do próprio partido.
Em São Paulo, o Ibovespa deu uma parada na recuperação, que se mostrou nem tão recuperação assim, graças ao câmbio. Após um primeiro semestre no vermelho, o Ibovespa conseguiu em julho, até aqui, alta em torno de 3%, tendo se aproximado, inclusive, dos 130 mil pontos e emendando onze altas seguidas. Tudo isso em reais. No entanto, quem observa o principal índice da Bolsa brasileira sobre sua perspectiva em dólares enxerga um cenário bem menos positivo, mas que, para especialistas, pode trazer oportunidades de ganhos aos investidores, sobretudo os estrangeiros.
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