Ibovespa registra maior alta em quase dois anos

O Ibovespa registra nesta quinta-feira (16) sua maior alta em quase dois anos, subindo 2,81%, alcançando 122.650,20 pontos. Trata-se da maior alta em apenas um dia e a terceira alta seguida do principal índice da Bolsa brasileira. No final, o IBOV chegou a subir mais de 3% e aproximou-se dos 123 mil, segundo dados do InfoMoney.

O índice de preços ao consumidor (CPI) nos EUA em dezembro foi um fator crucial para a alta do Ibovespa. Embora tenha mostrado uma alta acima do esperado ao longo dos meses, os núcleos se comportam de maneira mais controlada.

Gino Olivares, economista-chefe da Azimut Brazil, observou que, apesar da preocupação com os números de inflação, os resultados não indicaram uma deterioração no cenário inflacionário. No entanto, ele alerta que os dados não são suficientes para descartar a possibilidade de que a desinflação tenha se esgotado, o que sugere que a estratégia do Fed permanece inalterada.

Os principais índices financeiros nos EUA reagiram positivamente, aumentando as expectativas de cortes de juros pelo Fed em 2025. Além do CPI, os resultados trimestrais positivos de grandes bancos, como Citi, Goldman Sachs, JPMorgan (com lucro recorde), Wells Fargo e BlackRock, contribuíram para o otimismo no mercado. O ânimo dos investidores ficou evidente com esses resultados.

O resultado primário do governo central foi melhor do que o esperado, com um déficit de R$ 4,515 bilhões em novembro, bem abaixo da expectativa de R$ 6,6 bilhões. Isso, junto com a confirmação de que o processo de recuperação fiscal está em andamento, gerou otimismo no mercado.

Além disso, o setor de serviços apresentou um recuo, mas foi visto como natural após um forte crescimento anterior. O cessar-fogo entre Hamas e Israel também foi considerado um evento positivo, mesmo que tenha havido novas sanções contra o petróleo russo, elevando os preços da commodity.

No Ibovespa, apenas dois ativos caíram, enquanto a maioria teve alta, com destaque para a Vale e os bancos. O clima é de expectativa para os próximos dias, especialmente com a divulgação do IBC-Br e das vendas do varejo nos EUA, segundo conclusão do Infomoney.