Publicado em 29/08/2024 às 09h52.

IGP-M desacelera em agosto com queda em todos os índices componentes

Resultado vem abaixo do esperado pelo consenso LSEG, que estimavam inflação de 0,46%

Redação
Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

 

O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) apresentou desaceleração de 0,29% em agosto, ante a variação de 0,61% vista em julho, é o que aponta a Fundação Getulio Vargas em relatório mensal divulgado nesta quinta-feira (29). O resulto vem abaixo do esperado pelo consenso LSEG de analistas, que estimavam uma inflação de 0,46%.

Segundo matéria do InfoMoney, com estes dados, o índice acumula alta de 2,00% no ano e de 4,26% nos últimos 12 meses. Em comparativo com o mesmo mês em 2023, o índice registrava deflação de 0,14% no mês e acumulava queda de 7,20% em 12 meses. No índice de preços de consumo, o destaque ficou para o grupo Alimentação, que influenciada pela boa safra de produtor in natura, apresentou queda mais acentuada superando, inclusive, a redução observada no mês anterior.

Já os preços da construção tiveram alta menos intensa nos custos de mão de obra, resultando em uma menor pressão inflacionária no segmento em agosto. Nos preços ao produtor, os principais fatores de queda foram as commodities, como minério de ferro, farelo de soja e feijão.

O coordenador dos índices de preços do FGV/Ibre, André Braz, pontuou em nota que os três índices componentes do IGP-M mostraram desaceleração na transição de julho para agosto

IPA

O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) variou 0,29% em agosto, o que representou uma desaceleração em relação ao comportamento observado em julho, quando teve alta de 0,68%. O grupo de Bens Finais também apresentou deflação, de 0,10%, ante o resultado apresentado em julho, quando marcou -0,02%. Esse decréscimo mais acentuado foi impulsionado principalmente pelo subgrupo de alimentos in natura, cuja taxa passou de -4,43% para -7,11%

Outra classe a apresentar queda foi o estágio das Matérias-Primas Brutas, que apresentou queda de 0,05% em agosto, após registrar alta de 1,14% em julho, influenciado principalmente pelo minério de ferro, que interrompeu sua crescente de 0,78% para uma queda de 5,54%; o leite in natura, cuja taxa recuou de 5,72% para 0,82%; e o café em grão, que passou de 7,33% para 1,98%.

Indo na contramão, porém, está a taxa do grupo Bens Intermediários que apresentou ligeira alta em relação ao mês anterior, marcando 0,93% em agosto contra o 0,91% em julho. O subgrupo de combustíveis e lubrificantes para a produção, cuja a taxa passou de 0,44% para 2,18%, foi o principal fator a influenciar este aumento.

IPC

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) foi outro a desacelerar em agosto. Entre as oito classes de despesa que compõem o índice, seis acompanharam essa desaceleração em suas taxas de variação. O maior impacto apresentado é proveniente do grupo Educação, Leitura e Recreação, cuja taxa de variação passou de 2,00% para 0,48%.

Dentro desta classe de despesa, subitem passagem aérea se destacou, passando de uma variação de 12,06% em julho para 2,60% em agosto. Também apresentaram recuos em suas taxas de variação os grupos Habitação (de +0,36% para -0,08%), Alimentação (-0,84% para -1,11%), Despesas Diversas (1,37% para 0,99%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,19% para 0,07%) e Vestuário (-0,16% para -0,17%).

Em cada uma destas classes, as maiores influências vieram, respectivamente, da tarifa de eletricidade residencial (de 1,28% para -0,71%), hortaliças e legumes (-8,78% para -16,09%), serviços bancários (2,44% para 1,52%), artigos de higiene e cuidado pessoal (-0,11% para -0,71%) e calçados (0,61% para -0,40%).

Em contrapartida, os grupos Transportes (de 0,64% para 1,22%) e Comunicação (0,04% para 0,19%) exibiram avanços em suas taxas de variação. Dentro destas classes de despesa, os destaques foram gasolina (de 1,60% para 3,62%) e combo de telefonia, internet e TV por assinatura (-0,45% para -0,15%).

INCC

No oitavo mês do ano, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) foi o único dos quatro indices a registar alta, de 0,64%. O valor, porém, é inferior à taxa de julho, quando o índice marcou 0,69%. Nos três grupos constituintes do INCC, o grupo Materiais e Equipamentos apresentou um avanço entre julho e agosto de 0,58% para 0,76%; o grupo Serviços recuou de 0,65% para 0,05%; e o grupo Mão de Obra registrou desaceleração, variando de 0,85% para 0,57%.

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