Publicado em 23/05/2024 às 14h40.

Lojas Renner cai 11% em duas sessões

Para JPMorgan, queda foi exacerbada pela preocupação

Redação
Foto: reprodução site da Renner

 

Dias depois da XP Investimentos rebaixar a ação da Lojas Renner (LREN3) de compra para neutra, uma vez que o clima e o macro serão obstáculos para o crescimento e expansão de margem da varejista, o JPMorgan reiterou recomendação overweight (exposição acima da média do mercado, equivalente à compra) para o papel, apenas promovendo um ligeiro corte de preço-alvo de R$ 17 para R$ 16,50, de acordo com informações do portal InfoMoney.

Segundo o banco, a queda de cerca 11% nos últimos dois dias (entre os dias 21 e 22), desempenho inferior ao do Ibovespa em cerca de 9%, foi exacerbada pela preocupação dos investidores com as tendências de receita em meio as enchentes no estado do Rio Grande do Sul, e um clima atipicamente quente, que representa obstáculos para a coleção de inverno e pode levar a novas decepções na receita e na margem.

Embora a visibilidade dos impactos de longo prazo ainda seja incerta, o JPMorgan destaca que a principal região de vendas da Renner é o Sudeste, que abriga cerca de 50% das lojas, onde as temperaturas devem se normalizar nas próximas semanas, enquanto Rio Grande do Sul representa apenas 11% do total de lojas.

Analistas ainda comentam que os estoques estão bem ajustados e com uma estrutura logística mais eficiente, provavelmente não resultando em erosão da margem bruta, já que os volumes de liquidação devem ser limitados.

O JPMorgan também comenta que a Renner tem sido diligente em manter os preços abaixo da inflação ao longo do último ano, com uma melhor execução nas lojas para destacar sua proposta de valor e melhorar a percepção de preço, enquanto implementou várias iniciativas de eficiência e provavelmente será menos restritiva no crédito, potencialmente apoiando as vendas.

Por outro lado, a XP Investimentos vê a rentabilidade da Lojas Renner em risco, pois a varejista já começou a remarcar SKUs (código para identificar produtos) de inverno, o que, acompanhado de um mix de produtos inclinado para SKUs mais leves e mais baratos, deve limitar a expansão de margem bruta. Na visão da corretora, a margem Ebitda (Ebitda sobre receita) também deve ser pressionada pelo desempenho mais fraco da receita.

Além disso, os analistas da casa pontuam que a dinâmica macro também não está contribuindo para as vendas no varejo. Nos últimos meses, o cenário macroeconômico no Brasil se deteriorou, com a nova perspectiva apontando para um ciclo mais lento de corte de juros, aumento da inflação de alimentos e um dólar mais forte. Como resultado, a XP está mais cautelosa com relação a uma recuperação mais robusta do consumo no segundo semestre de 2024.

Com base nisso, apesar do valuation descontado em relação às médias históricas, a XP tem recomendação neutra e preço-alvo de R$ 18.

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