Mercado financeiro passa a projetar inflação abaixo de 6%
Estimativa de 5,88% divulgada no boletim focus desta segunda-feira (26) foi a 13ª revisão para baixo seguida no IPCA feita pelos economistas


Andreia Verdélio
A previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerada a inflação oficial do país, caiu de 6% para 5,88% neste ano. É a 13ª redução consecutiva da projeção.
A estimativa está no Boletim Focus desta segunda-feira (26), pesquisa divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC), com a expectativa de instituições para os principais indicadores econômicos.
Para 2023, a estimativa de inflação ficou em 5%. Para 2024 e 2025, as previsões são de inflação em 3,5% e 3%, respectivamente.
A previsão para 2022 está acima da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. A meta, definida pelo Conselho Monetário Nacional, é de 3,5% para este ano, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 2% e o superior 5%.
Em agosto, a inflação teve recuo de 0,36%, após queda de 0,68% em julho. Com o resultado, o IPCA acumula alta de 4,39% no ano e 8,73% em 12 meses, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
Taxa de juros
Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, definida em 13,75% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). A taxa está no maior nível desde janeiro de 2017, quando também estava em 13,75% ao ano.
Para o mercado financeiro, a expectativa é de que a Selic encerre o ano nesse patamar. Para o fim de 2023, a estimativa é de que a taxa básica caia para 11,25% ao ano. Já para 2024 e 2025, a previsão é de Selic em 8% ao ano e 7,63% ao ano, respectivamente.
Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Desse modo, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia.
Além da taxa Selic, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas.
Com a recente queda na inflação, o Banco Central decidiu interromper o ciclo de alta dos juros, após um ano e meio de reajustes seguidos. O Copom se reuniu na semana passada e manteve a taxa nos atuais 13,75%.
Quando o Copom reduz a Selic, a tendência é de que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle da inflação e estimulando a atividade econômica.
PIB e câmbio
As instituições financeiras consultadas pelo BC elevaram a projeção para o crescimento da economia brasileira neste ano de 2,65% para 2,67%. Para 2023, a expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB) – a soma de todos os bens e serviços produzidos no país – é de crescimento de 0,5%. Em 2024 e 2025, o mercado financeiro projeta expansão do PIB em 1,75% e 2%, respectivamente.
A expectativa para a cotação do dólar manteve-se em R$ 5,20 para o final deste ano. Para o fim de 2023, a previsão é de que a moeda americana se mantenha nesse mesmo patamar.
Mais notícias
-
Economia
16h00 de 28 de janeiro de 2023
Caixa antecipa pagamento de Bolsa Família para beneficiários de NIS de final 9
Valor mínimo corresponde a parcela de R$ 600
-
Economia
10h30 de 28 de janeiro de 2023
Justiça dá prazo de 24 horas para o Banco Safra restituir Americanas
Judiciário acolheu pedido do Grupo Americanas, que demonstrou que o banco descumpriu decisão judicial e efetuou nova compensação
-
Economia
09h39 de 28 de janeiro de 2023
Gestão Lula sinaliza aos EUA que acabará com isenção na taxa de importação do etanol
A tarifa foi zerada pela administração foi ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em março do ano passado
-
Economia
22h00 de 27 de janeiro de 2023
CVM abre inquérito para apurar informação privilegiada na Americanas
Autarquia anunciou nesta sexta a abertura de dois inquéritos sobre crise da varejista
-
Economia
20h20 de 27 de janeiro de 2023
Dólar sobe para R$ 5,11, mas termina semana em queda
Bolsa de valores cai pelo segundo dia consecutivo, em dia de correção
-
Economia
18h59 de 27 de janeiro de 2023
Sindicatos querem bloquear R$ 1,5 bi dos acionistas de referência da Americanas
Varejista entrou em recuperação judicial após descobrir rombo de R$ 20 bilhões e deve, no total, cerca de R$ 41 bilhões
-
Economia
17h04 de 27 de janeiro de 2023
Governo central tem superávit primário de R$ 54 bilhões em 2022
Foi a primeira vez, desde 2013, que Tesouro Nacional, Previdência e Banco Central somados encerram o ano no azul
-
Economia
14h29 de 27 de janeiro de 2023
Cerca de 40% dos reajustes salariais ficaram abaixo da inflação em 2022
Percentual ficou abaixo do balanço de 2021 (49,7%), de acordo com o Salariômetro da Fipe
-
Economia
14h07 de 27 de janeiro de 2023
Novo presidente quer crescimento da Petrobras ‘e que o país cresça com ela’
"Essa companhia tem um efeito multiplicador na economia brasileira", destacou Jean Paul Prates, em primeiro discurso à frente da companhia
-
Economia
09h06 de 27 de janeiro de 2023
Comando do Minha Casa, Minha Vida gera queda de braço no MDB
Hailton Madureira de Almeida chegou a ser nomeado nos últimos dias para a secretaria de Habitação, mas a Casa Civil voltou atrás e suspendeu os efeitos da medida