OCDE vê maior recessão no Brasil em 2015 e 2016; crescimento virá com ajustes
Contração da economia chegaria a mais de 3% este ano
A economia brasileira vai contrair mais de 3 por cento neste ano, sem perspectiva de recuperação em 2016, previu a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) nesta quarta-feira, destacando a necessidade de o país implementar ajustes e recuperar a confiança dos agentes econômicos.
Segundo a OCDE, o Brasil vai registrar contração econômica de 3,1 por cento em 2015 e de 1,2 por cento em 2016, contra estimativas em setembro de queda de 2,8 e 0,7 por cento, respectivamente.
“Uma vez que os ajustes fiscais melhorarem e a inflação começar a voltar à meta, haverá claros benefícios ao crescimento já que a recuperação da confiança sustentará investimentos e consumo mais fortes, particularmente se aliada à implementação de reformas estruturais”, destacou a OCDE em relatório sobre pesquisa econômica.
O Brasil passa por recessão econômica que pode ser a mais intensa desde os anos 1930, aprofundada pela intensa crise política e pela dificuldade de o governo em colocar as contas em ordem.
Durante 2017, segundo a OCDE, o crescimento da economia brasileira deve retornar “gradualmente” na direção do potencial de expansão, que tem sido afetado por gargalos no lado da oferta e baixo investimento no passado.
A OCDE também projetou inflação no final de 2015 em 9,4 por cento, mas vê que ela cairá com força a 4,9 por cento no ano seguinte.
Pesquisa Focus do Banco Central junto a uma centena de economistas mostra que a expectativa é de contração do PIB de 3,05 por cento este ano e de 1,51 por cento em 2016, com a inflação medida pelo IPCA em respectivamente 9,91 e 6,29 por cento.
Indústria – Para a OCDE, a retomada do crescimento passa diretamente pela melhora da confiança, que tende a ser ajudada pelo ajuste fiscal e política monetária em curso, mas o crescimento econômico terá que vir cada vez mais da produtividade, já que as mudanças demográficas tornarão o aumento da participação do trabalho cada vez mais difícil.
“Atualmente, um sistema tributário indireto fragmentado, infraestrutura insuficiente, pressões competitivas fracas e baixa integração no mercado internacional estão detendo a indústria do Brasil, que não se beneficia o suficiente das tendências globais”, avaliou a OCDE.
A OCDE apontou que a posição fiscal do país se deteriorou e que os desafios fiscais de longo prazo surgem do rápido envelhecimento da população, bem como destacou que a inflação acima da banda de tolerância pode afetar a credibilidade do BC.
Também destaca que a confiança pode sofrer se a política monetária não garantir redução significativa da inflação e que as investigações de corrupção na Petrobras levantaram questões de governança e adiarão a recuperação dos investimentos.
Entre as recomendações da OCDE na área macroeconômica estão a implementação do ajuste fiscal em linha com objetivos de médio prazo, incluindo a estabilização da dívida bruta, elevar gradualmente a idade de aposentadoria e indexar as pensões aos preços ao consumidor em vez do salário mínimo.
Mais notícias
-
Economia
19h08 de 25 de abril de 2024
Petrobras irá distribuir R$ 21,95 bi em dividendos extraordinários
Montante é referente a 50% do valor avaliado para os dividendos
-
Economia
18h31 de 25 de abril de 2024
Governo reajusta em 52% auxílio-alimentação de servidores federais
Benefício passará de R$ 658 para R$ 1 mil a partir de maio
-
Economia
17h57 de 25 de abril de 2024
União propõe e Petrobras aprova distribuição de 50% dos dividendos extraordinários
Assim, será liberada metade dos R$ 43,9 bilhões de dividendos extraordinários anunciados pela estatal mês passado
-
Economia
17h25 de 25 de abril de 2024
Não pode ter muito penduricalho, diz Alckmin sobre reforma tributária
Vice-presidente defende crédito para a indústria
-
Economia
16h14 de 25 de abril de 2024
Cesta básica terá 15 alimentos com imposto zerado; saiba quais
Na justificativa do projeto, o governo informou que se baseou nos alimentos in natura ou “minimamente processados”
-
Economia
15h51 de 25 de abril de 2024
‘Vale tem posição única no mercado’, diz CEO sobre eventual fusão entre BHP e Anglo
Papéis da Vale caíram 1,92%
-
Economia
14h20 de 25 de abril de 2024
Reforma propõe devolução de 50% em luz, água e gás a mais pobres
Cashback beneficiará famílias de baixa renda ou de programas sociais
-
Economia
10h43 de 25 de abril de 2024
Ibovespa recua com Vale e cautela externa após balanços; dólar vai a R$ 5,18
Balanços de grandes empresas de tecnologia são acompanhados de perto
-
Economia
20h40 de 24 de abril de 2024
Propaganda digital cresce 8% e atinge R$ 35 bilhões em 2023
Houve um “boom” da publicidade digital durante a pandemia, que ampliou a utilização do comércio e de serviços on-line pela população
-
Economia
18h51 de 24 de abril de 2024
Teto de juros do consignado do INSS cairá para 1,68% ao mês
Novo limite foi definido pelo Conselho Nacional da Previdência Social