Publicado em 13/08/2024 às 17h11.

Para CEO da Pandora, diamantes sintéticos terão a maior parte do mercado em 10 anos

Joalheria lançou sua primeira coleção de diamantes produzidos em laboratório na União Europeia em junho e, segundo Alexander Lacik, a recepção foi positiva

Redação
Foto: Sanjit Das/Bloomberg

 

O CEO da Pandora, Alexander Lacik, espera que levará menos de 10 anos para que os consumidores comprem mais diamantes cultivados em laboratório do que pedras extraídas, pois cada vez mais as pessoas avaliam os custos e o impacto climático ao comprar joias, de acordo com informações do portal Bloomberg Línea.

Lacik, cuja empresa fabrica mais joias do que qualquer outra no mundo, disse que estima que os diamantes manufaturados representem atualmente cerca de 20% do mercado total, de acordo com entrevistas à Bloomberg TV e por telefone.

“Isso causa uma grande, grande ruptura. A percepção do consumidor muda muito rapidamente”, disse ele.

A Pandora vendeu joias com diamantes cultivados em laboratório no valor de 61 milhões de coroas dinamarquesas (US$ 8,9 milhões) no segundo trimestre, um aumento de 88% em relação ao ano anterior. Entretanto, isso representa apenas menos de 1% do total de vendas da empresa – uma proporção que Lacik pretende aumentar.

Até 2026, a Pandora tem como meta vendas anuais de diamantes produzidos em laboratório de 1 bilhão de coroas dinamarquesas (US$ 147 milhões), ou cerca de 3% da receita total, disse Lacik, acrescentando que as vendas provavelmente “continuarão crescendo em um bom ritmo”.

Em 2023, a joalheria de Copenhague implantou uma nova estratégia para fazer com que a marca deixasse de ser associada apenas a pulseiras de pingentes e passasse a ser reconhecida como uma marca completa de joias.

Levar diamantes mais baratos para a classe média é uma parte fundamental dessa estratégia, disse Lacik, que estima que os custos de produção de pedras cultivadas em laboratório são cerca de um quarto a um terço dos diamantes extraídos.

Em junho, a Pandora lançou sua primeira coleção de diamantes produzidos em laboratório na União Europeia – em seu mercado doméstico, a Dinamarca – e, até o momento, a recepção tem sido boa, disse Lacik.

Os diamantes sintéticos também são vendidos no Reino Unido, na América do Norte, na Austrália, no México e no Brasil, e serão lançados globalmente.

“Eles são vendidos em um nível surpreendentemente alto naquela única loja” em Copenhague, disse Lacik. “Somos os primeiros a começar a comercializar diamantes cultivados em laboratório na Dinamarca, mas a recepção até agora tem sido muito positiva.”

As ações da Pandora estavam em alta no início do ano, quando a crescente demanda por diamantes produzidos em laboratório levou a empresa a aumentar seu guidance. As ações subiram quase 20% no primeiro trimestre, mas desde então o otimismo se dissipou, acumulando apenas 13% no ano.

As ações subiam cerca de 1,2% em Copenhague na terça-feira (13), após outra atualização do guidance na segunda-feira (12), que, segundo os analistas, já estava amplamente precificada.

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