Publicado em 06/10/2016 às 13h20.

Procura por blindagem automotiva dobra em Salvador

Cidade é campeã na busca pelo serviço no nordeste; medo da violência é a maior motivação

Redação
Foto: Divulgação/Carros Blindados
Foto: Divulgação/Carros Blindados

 

A procura pela blindagem automotiva em Salvador cresceu 50% no primeiro trimestre de 2016 com relação ao ano interior, de acordo com os dados de especializadas. Estima-se que as ruas da cidade recebam uma média de 25 novos veículos blindados por mês no primeiro trimestre, ocupando as primeiras colocações no ranking nacional do segmento.

Para os blindadores da cidade, a crescente procura por esse tipo de proteção é reflexo do aumento na violência em toda Bahia. Conforme o último relatório do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, divulgado em outubro de 2015, a capital baiana elevou em 4% o número de roubos de veículos, entre 2013 e 2014. “A procura pelo segmento no primeiro trimestre deste ano foi muito superior ao mesmo período de 2015, praticamente o dobro”, afirma João Ricardo Araújo, sócio-diretor da SBI Blindagens, empresa com cinco anos de mercado e cerca de 500 veículos já blindados em seu pátio.

Como reflexo dos altos índices de violência, contabilizado pelos órgãos de segurança pública, Salvador e região metropolitana aparecem em 14º lugar no ranking de cidades mais violentas do mundo, divulgado anualmente pela ONG mexicana Conselho Cidadão para a Segurança Pública e Justiça Penal, que leva em conta o número de homicídios por 100 mil habitantes e inclui apenas cidades com 300 mil habitantes ou mais.

“Nos últimos três anos, a blindagem veicular aumentou muito na cidade. Mesmo com a crise econômica, Salvador fechou 2015 com uma média de 150 novos carros com esse tipo de proteção”, explica o empresário, que prevê ainda um aumento maior nas vendas até o fim do ano. “Muitas famílias estão abrindo mão de outros confortos para blindar seus veículos pela sensação de insegurança e o aumento da violência na capital. Em muitos casos, escolhem um veículo de valor menor para poder blindá-lo”, reforça João.

Também houve uma mudança no público que procura o serviço, com uma diversificação maior do perfil do consumidor. “Grandes empresários ainda são nossos maiores clientes, mas a classe média está abrindo mão de trocar de veículo pra investir em blindagem. O público feminino também tem aumentado bastante”, coloca Araújo.

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