Publicado em 18/04/2024 às 17h04.

Taxas disparam no Tesouro Direto: prefixado a 11,70% e IPCA+6% são oportunidades?

Analistas acreditam que remuneração pode ficar ainda maior, mas alertam para riscos nos títulos públicos

Redação
Foto: Reprodução/Rafapress/Shutterstock

 

As taxas dos títulos públicos tiveram abertura expressiva nas últimas semanas. O Tesouro IPCA+ 2045, que geralmente apresenta a maior remuneração entre os papéis de inflação, começou abril pagando IPCA+5,88%. Hoje, o juro real do título se firmou acima dos 6%. Nos prefixados, a taxa do papel para 2031 saiu de 11% ao ano para 11,73%.

De acordo com informações do portal InfoMoney, a remuneração cresce na medida em que o mercado enxerga risco nos investimentos do Brasil. O momento, porém, pode ser bom para o investidor que já estava planejando aportes no Tesouro Direto, especialmente para quem tem um horizonte de investimentos mais longo.

Por que as taxas abriram?

A explicação está nos Estados Unidos (EUA), a referência para todo o mundo na economia. Os últimos três dados de inflação ao consumidor vieram ruins, na visão do mercado. O último, que mostrou alta de 0,4% nos preços em março, no entanto, foi diferente, para o Itaú BBA.

Lucas Queiroz, estrategista de renda fixa para pessoa física do Itaú BBA, lembra que o Federal Reserve (banco central dos EUA) sinalizou que se basearia em dados para começar o corte de juros e que, com os últimos indicadores insatisfatórios, a autarquia deve esperar por, pelo menos, três meses de inflação desacelerando satisfatoriamente para mudar o rumo dos juros.

Enquanto o mercado vem precificando o início do ciclo de cortes para setembro, o BBA já espera a mudança apenas em dezembro. “Seria uma perda de tempo postergar em uma reunião (a expectativa para o corte) a cada dado de inflação, ainda mais quando consideramos que há uma eleição no meio do caminho”, argumenta Queiroz.

A insatisfação do mercado com a revisão da meta fiscal para 2025 também pode ajudar a explicar a abertura das taxas, mas “entendemos que o estresse do mercado acontece muito mais pelo cenário externo”, segundo Caio Camargo, estrategista de investimentos do Santander.

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