Publicado em 04/11/2025 às 14h57.

Ator brasileiro faz protesto como drag nos Estados Unidos; saiba motivo

Haysam Ali encarnou a drag queen Rhamona no Halloween de Nova Iorque

Edgar Luz
Foto: Divulgação @haysamali

 

O ator brasileiro Haysam Ali realizou uma performance de protesto em Nova Iorque, vestindo-se em drag para chamar atenção ao possível retrocesso nos direitos da comunidade LGBTQIAPN+.

O ato aconteceu na última semana, durante o Halloween, e foi motivado pelo anúncio de que a Suprema Corte dos Estados Unidos decidirá, no dia 7 de novembro, se aceitará um recurso que pode reabrir a discussão sobre a legalidade do casamento entre pessoas do mesmo sexo no país.

“Em outros anos, eu já me fantasiei de monstros e vilões, mas neste Halloween quis fazer diferente. Decidi me montar de drag, não como brincadeira, mas como ato de expressão e protesto. O Halloween sempre falou sobre o medo, e hoje o medo é real: medo de retrocessos, de ver direitos e liberdades sendo questionados. A Rhamona, pra mim, representa coragem e liberdade”, declarou o ator.

Na performance, Haysam aparece alternando entre duas versões de si mesmo: um homem gay e sua drag queen, simbolizando a pluralidade e a liberdade de ser quem se é. “O verdadeiro terror não está nas fantasias, mas nas tentativas de apagar o que já conquistamos”, completou.

 

O artista destacou que as conquistas da comunidade LGBTQIAPN+ são fruto de décadas de luta e não podem ser ameaçadas. “Depois de tantos anos de luta, de tantas pessoas que sacrificaram suas vidas para que nossa comunidade tivesse respeito, espaço e igualdade, não dá pra permitir que isso seja colocado em risco”, disse.

Além de denunciar possíveis retrocessos, Haysam também usou o protesto para chamar atenção à violência contra pessoas LGBTQIAPN+, especialmente pessoas trans, no Brasil e em outros países. “A gente fala de igualdade, mas ainda há lugares onde ser quem você é pode custar a vida. Isso não é só uma estatística, são vidas interrompidas, sonhos destruídos. É por isso que o combate à LGBTfobia precisa ser constante e global”, afirmou.

Morando há mais de dez anos nos Estados Unidos, o ator vem se destacando no país após protagonizar o filme “Play”, disponível na AppleTV+, e por levar ao exterior a temporada da peça “O Vampiro de Niterói”.

Entenda o caso

A Suprema Corte dos Estados Unidos se reunirá em uma conferência privada no dia 7 de novembro para decidir se aceitará o caso de Kim Davis, ex-secretária do condado de Rowan, no Kentucky, que em 2015 se recusou a emitir licenças de casamento para casais do mesmo sexo, contrariando a decisão Obergefell v. Hodges, que legalizou o casamento igualitário no país.

Davis foi condenada a pagar indenizações a casais que a processaram por discriminação, e agora busca reverter a decisão. Caso o processo seja aceito, a Suprema Corte poderá reavaliar um dos marcos mais importantes dos direitos civis nos EUA.

Edgar Luz
Jornalista, apaixonado por comunicação e cultura, pós-graduando em Jornalismo Contemporâneo e Digital. Atualmente integra as redações do Bahia.ba e do BNews, escrevendo principalmente sobre entretenimento, mas transitando também por outras editorias. Com passagens pelos portais Salvador Entretenimento e Voz da Cidade, tem experiência em reportagem, assessoria e Social Media.

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